'Zé das Medalhas' tinha lista de clientes milionários
O semanário Expresso revela, este sábado, uma lista de clientes de Francisco Canas, conhecido por ‘Zé das Medalhas’, e principal arguido no caso ‘Monte Branco’ por suspeitas de colocar avultadas quantias de dinheiro no estrangeiro. O antigo presidente do Benfica, Manuel Vilarinho, consta dessa lista, e ao Expresso assume que preferia entregar o seu dinheiro “a estes tipos do que ao Governo”.
© D.R.
País Monte Branco
A edição deste fim-de-semana do Expresso revela que o principal arguido do processo ‘Monte Branco’, Francisco Canas, de 72 anos, tinha uma vasta lista de clientes, um total de 180 entre pessoais a titulo individual e empresas que ‘lavaram’ um total de 99,7 milhões de euros.
Dessa lista, que o Expresso salienta não ter a confirmação de que coincide com a que o arguido ‘Zé das Medalhas’ tinha no seu computador quando este foi apreendido pelas autoridades, confirmou que que pelo menos 11 das 40 pessoas que contactou, entre figuras públicas, empresários, gestores, administradores e até antigos governantes, recorreram aos serviços de Francisco Canas.
“Conheço o Canas desde miúdo e o meu pai também já o conhecia. Sou amigo dele. Não sei quanto dinheiro lhe entreguei. Socorri-me do Canas porque o dinheiro é meu e não é proibido pô-lo lá fora. É melhor do que entrega-lo a estes tipos do Governo”, confirma e explica Manuel Vilarinho, antigo presidente do Benfica.
Além de Vilarinho, e confirmados pelo Expresso, fazem ainda parte desta lista o empresário do ramo imobiliário José Carlos Gonçalves, a empresa Bento Pedroso, Ricardo Arcos Castro dono da empresa Arco Finance, o advogado e ex-deputado Duarte Lima, o antigo-gestor bancário José Roque de Pinho, o leiloeiro Francisco Cabral Moncada, a antiga inspectora-geral da Educação e ex-secretária de Estado Maria José Rau, a empresa Akoya Asset Management, e o empresário do sector imobiliário Feliciano Guapo.
Recorde-se que o megaprocesso ‘Monte Branco’, que desde Maio do ano passado está a ser investigado pelo Ministério Público, está relacionado com a prática de fraude fiscal e branqueamento de capitais entre 2007 e 2012, sendo Francisco Canas um dos principais arguidos, porque seria ele, o ‘Zé das Medalhas’, a movimentar várias contas bancárias em Portugal e no estrangeiro e a colocar elevadas verbas fora da mira do Fisco, exigindo em troca 1% dos depósitos efectuados.
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