UGT pede que Governo pondere medidas de reequilíbrio orçamental
O secretário-geral da UGT, João Proença, apelou esta quarta-feira ao Governo para que pondere as medidas que vai tomar para reequilibrar o Orçamento do Estado, não se limitando a fazer mais cortes, e as discuta com os parceiros sociais.
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País João Proença
"Apelamos e exigimos que haja muita ponderação quanto às medidas que forem tomadas pelo Governo e que sejam discutidas com os parceiros sociais e com os sindicatos da administração pública", disse João Proença em conferência de imprensa.
O líder da UGT reforçou o apelo para que "seja possível em Portugal existir diálogo social e diálogo político" por considerar que "são fundamentais para ultrapassar a crise".
"É fundamental criar condições para que o diálogo social e o diálogo político existam efectivamente, mas o Governo não as tem promovido porque não tem apresentado propostas concretas", afirmou.
Proença, que falou aos jornalistas depois de uma reunião do secretariado nacional da UGT, reconheceu que a devolução de um subsídio aos trabalhadores da administração pública vai ter algum impacto orçamental, mas defendeu que as medidas a anunciar pelo Governo para compensar a decisão do Tribunal Constitucional "não podem agravar a crise, a recessão e o desemprego".
O secretário-geral da UGT manifestou ainda preocupação quanto ao conteúdo da carta enviada pelo primeiro-ministro à 'troika', sobre cortes na Administração Pública.
O sindicalista disse que não se percebe o alcance da carta enviada por Passos Coelho, em termos de cortes.
"Aparentemente pretende penalizar os trabalhadores e os pensionistas da administração pública. Isto preocupa-nos porque vai contra a decisão do Tribunal Constitucional", disse o líder da UGT.
A possibilidade da idade de reforma ser aumentada dos 65 para os 67 anos foi considerada um erro por João Proença, que disse que a UGT não aceita mais essa imposição, que irá contribuir para aumentar o desemprego.
João Proença aproveitou a conferência de imprensa para se despedir dado que vai deixar de ser secretário-geral da UGT no seu XII congresso, que se realiza no sábado e no domingo em Lisboa.
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