Menos polícias? "Estamos no limite. Quem vai sofrer são as pessoas"
Paulo Rodrigues, responsável da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, explicou ao Notícias ao Minuto os problemas que a decisão do Ministério das Finanças em relação à redução do número de agentes policiais encerra.
© Global Imagens
País ASPP
O Ministério das Finanças autorizou apenas a formação de 300 novos polícias, quando estava previsto que entrassem no mínimo 500 e quando os sindicatos falaram na necessidade de 800 operacionais. “Estamos no limite”, começa por dizer Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), ao Notícias ao Minuto, mostrando preocupação no que toca aos agentes e à população.
Depois de divulgada a informação, a ASPP enviou um pedido de esclarecimentos que poderá ser respondido através de um ofício ou de uma reunião, contudo, até ao momento, não foi dada qualquer resposta formal ou uma confirmação de uma conversa.
“Quando estamos a reduzir no número de elementos que vão ser recrutados, quem vai perder é o serviço de esquadra, o serviço que se relaciona diretamente com a população. Aí é que se vai sentir”, realça o responsável.
Na opinião de Paulo Rodrigues, “reduzir de 500 [agentes] para 300 é muito complicado”, principalmente quando estavam a lutar para que fossem 800 pessoas a iniciar a formação. “Estamos já no limite, nalguns casos há esquadras que têm mesmo muita dificuldade em continuar a fazer serviço em alguns turnos e isso é dramático. Por outro lado, há muito pessoal que já tem uma média de idades elevada e tem dificuldade em dar resposta em termos operacionais àquilo que é solicitado pelos cidadãos”, explica.
“A redução de efetivos e a redução da idade média dos polícias pode colocar a polícia numa situação de fragilidade para dar respostas de qualidade à população”, acrescenta Paulo Rodrigues.
“Aquilo que vai estar em causa é a qualidade do serviço que prestamos e é evidente que ao falhar na qualidade estamos a falhar na expectativa que as pessoas têm na polícia. Quem vai sofrer a consequência desta decisão são as populações”, conclui.
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