Derrame não representa "riscos ambientais", garante administração
O presidente da administração portuária de Sines afirmou hoje não haver "riscos ambientais" com o derrame de combustível no terminal de contentores, assegurando que na área administrativa do porto a água vai continuar a ser analisada regularmente.
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País Porto de Sines
"Não há riscos nenhuns ambientais, está tudo acautelado, está contido, é uma questão agora de saber as quantidades [de combustível] e proceder à recolha, que já está a decorrer", declarou hoje, num encontro com jornalistas, o presidente do conselho de Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), João Franco, a propósito do derrame ocorrido no domingo.
Questionado a propósito do pedido da associação ambientalista Quercus para a elaboração de um "plano de vigilância da qualidade da água", o mesmo responsável garantiu que já são feitas análises regulares à água pela APS.
A Quercus defendeu na segunda-feira, num comunicado enviado à agência Lusa, a elaboração de "um plano de vigilância da qualidade de água", nas zonas balneares locais e no porto de Sines, para perceber "os impactes ambientais provocados pelo derrame" de combustível no mar, detetado no domingo e que está a ser alvo de contenção e de remoção.
A associação ambientalista, que exige também o apuramento "de todas as responsabilidades", solicitou à APS e à Capitania do Porto de Sines a elaboração desse plano, prometendo "acompanhar de perto a situação".
Na conferência de imprensa realizada hoje em Sines, no distrito de Setúbal, o presidente da APS dispensou "lições com preocupações ambientais", argumentando que isso já "faz parte do ADN" da empresa.
"Temo-las e estão instituídas, estão definidas, estão assumidas expressamente, são feitas [análises regulares à água] e estão certificadas", sublinhou João Franco, quando questionado pelos jornalistas.
O responsável afirmou ainda estar disponível para "aderir a um maior controle" e deixou o desafio à Quercus para "participar" no processo.
"Não a tomamos como uma exigência, mas como uma colaboração, se eles quiserem participar, temos muito gosto nisso", disse, fazendo questão de lembrar que a zona balnear sob gestão da APS, a praia Vasco da Gama, em Sines, tem bandeira azul e é certificada pela Quercus com qualidade "ouro".
O mesmo responsável admitiu, no entanto, ser "inevitável" que, "de tempos a tempos, algum incidente possa acontecer", tendo em conta a "natureza da atividade desenvolvida" no porto de Sines.
"Queremos é sempre minorar esse risco e ter meios para atalhar os inconvenientes que daí possam advir", acrescentou, assegurando que o derrame detetado no domingo "está a ser tratado da melhor maneira possível, com os melhores especialistas e os melhores equipamentos".
O derrame de combustível ocorrido na noite de domingo no mar, junto ao terminal de contentores do porto de Sines, está desde então a ser alvo de trabalhos de contenção e de remoção, que se vão prolongar pelos próximos dias, a cargo da APS, com o apoio da Autoridade Marítima.
Da parte da Polícia Marítima, os inquéritos aos comandantes de dois navios, um da MSC e outro reabastecedor de combustível, para averiguar as causas da ocorrência avançaram hoje, adiantou o capitão do porto de Sines, José Velho Gouveia, revelando que as coimas às empresas, neste tipo de situações, podem variar entre "cerca de 49,9 mil euros e 2,5 milhões de euros".
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