Pegada ecológica portuguesa diminui, mas continua elevada
Portugal diminuiu a sua pegada ecológica, mas necessita de 2,2 planetas Terra para manter o seu atual estilo de vida, conclui um relatório da organização internacional de conservação da natureza WWF, hoje divulgado.
© Lusa
País WWF
A pegada ecológica é a estimativa do impacto do modo de vida humano sobre o planeta, que traduz em hectares a área, em média, que uma pessoa ou uma sociedade necessita para responder às suas exigências diárias, como comer, vestir, trabalhar.
De acordo com o Relatório do Planeta Vivo 2016, da World Wide Found for Nature (WWF, Fundo Mundial para a Natureza, em tradução livre), a pegada ecológica portuguesa situava-se, em 2012, o ano mais recente estudado, em 3,9 hectares globais por pessoa, o correspondente a 2,2 planetas, enquanto, em 2010, era de 4,5 hectares globais por pessoa, o equivalente a 2,6 planetas.
Numa lista de 187 países, Portugal ocupava, em 2012, a 59.ª posição no 'ranking' da pegada ecológica mundial, atrás do Luxemburgo, no topo da tabela, com o pior desempenho ambiental, e de outros países, como Estados Unidos, Austrália, Canadá, França, Itália, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Suíça e Alemanha.
Em 2010, Portugal estava no 27.º lugar, entre 154 países.
Segundo a organização não-governamental WWF, a redução da pegada ecológica portuguesa pode estar relacionada com "a quebra do poder económico dos consumidores", uma vez que os dados de 2012, analisados no relatório hoje publicado, coincidem com a aplicação do "plano de reajustamento da economia nacional" imposto pela 'troika' internacional.
O carbono, assinala o documento, continua a ser o componente com maior expressão na pegada ecológica portuguesa, seguindo-se a agricultura. A percentagem de ambos os componentes aumentou no cálculo da pegada de 2012, face à de 2010: o carbono, de 41% para 55%, e a agricultura, de 21% para 27%.
Em contrapartida, o peso da pesca no cálculo da pegada ecológica nacional caiu de 22%, em 2010, para 8%, em 2012, em resultado, possivelmente, para a WWF, da perda de poder de compra dos consumidores, que os terá levado a procurar peixes mais baratos.
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