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Ordem pede demissão do enfermeiro do hospital de Évora por assédio moral

A Ordem dos Enfermeiros (OE) pediu a demissão do enfermeiro diretor do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), José Chora, por alegado assédio moral aos profissionais da unidade, admitindo avançar com uma participação criminal.

Ordem pede demissão do enfermeiro do hospital de Évora por assédio moral
Notícias ao Minuto

17:15 - 21/11/16 por Lusa

País Profissão

O pedido de demissão do responsável e a possível participação criminal foram divulgados em comunicado publicado na página da Internet da OE, no qual revela que já notificou o conselho de administração do HESE da sua posição.

Contactada hoje pela agência Lusa, a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, justificou o pedido de demissão por a Ordem ter recebido "muitas exposições por escrito sobre a atuação do enfermeiro diretor" do HESE, que "configura [a prática de] mobbing".

"O hospital de Évora tem sido um foco de atenção muito grande por parte da Ordem, porque temos um número elevado de exposições e foi um dos primeiros que visitámos", mas, "quase seis meses depois, continua tudo na mesma ou pior", referiu.

Em termos gerais, a bastonária relatou que faltam 30 mil enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que muitos dos que lá trabalham "são ameaçados, coagidos ou obrigados a trabalhar mais horas para além daquilo que é legal".

A responsável frisou que o assédio moral (mobbing) "interfere muito na produtividade" em qualquer área profissional, mas alertou que, no caso dos hospitais, "traduz-se em falhas de segurança graves nos cuidados prestados aos doentes".

A OE "não pode permitir ter nas direções enfermeiros que potenciem estas situações", realçou, indicando que, nas exposições que chegaram à Ordem, os profissionais relacionaram o elevado número de baixas médicas com a atuação do enfermeiro diretor.

"As pessoas estão já num estado de exaustão tal e incapazes de responder àquilo que são as suas atribuições, que é cuidar dos doentes em segurança, que acabam por desistir e ir para casa porque efetivamente têm motivos para o fazer", assinalou.

A Lusa tentou hoje contactar a presidente do conselho de administração do HESE, Filomena Mendes, mas não obteve uma resposta em tempo útil.

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