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Repressão em Angola? "Uma porradinha". Problemas? "Imprensa pública"

O ativista Luaty Beirão está em Lisboa para apresentar o livro que escreveu enquanto esteve preso na prisão angolana de Calomboloca.

Repressão em Angola? "Uma porradinha". Problemas? "Imprensa pública"
Notícias ao Minuto

23:30 - 07/12/16 por Patrícia Martins Carvalho

País Luaty Beirão

Chama-se ‘Sou eu mais livre, então – Diário de um preso político angolano” e é o livro escrito por Luaty Beirão que conta a sua história e a dos seus companheiros perseguidos pelo regime angolano.

Na antena da RTP 3, o ativista explicou que quando estava preso as autoridades tinham o seu corpo, mas não a mente.

“Senti que tinham o meu corpo preso, mas não tinham conquistado a minha mente”, começou por dizer o símbolo mais premente da oposição ao regime de José Eduardo dos Santos.

Nesta senda, Luaty garantiu que mesmo quando estava numa cela de “dois metros por três”, sentiu-se mais livre do que os seus “concidadãos que têm medo de se exprimir e de emitir opiniões”. Um medo que é “normal”, garante, pois as ameaças começam por “telefonemas, depois passam para mensagens e eventualmente uma porradinha ou outra”.

E perante este cenário “a maior parte das pessoas desiste ao primeiro sinal”.

O ativista revelou que a avó, então com 85 anos, recebeu uma carta de alegadas mães de companheiros de Luaty na qual ameaçavam pegar fogo à casa onde vivia, pois o neto estava a “desencaminhar” os filhos.

“Continuo a sentir medo”, confessa, explicando que um dos seus maiores receios é que a família sofra represálias, como, garante, aconteceu com a mulher que foi “raptada” por elementos da polícia, que apresentaram números falsos de identificação.

Em Angola não se vive numa democracia, assegura, enumerando alguns dos “muitos males” existentes no seu país: “Falta de liberdade, corrupção, clientelismo”.

“Há muitos males em Angola. A liberdade é um deles, mas quando começar a haver liberdade de opinião e expressão outras coisas hão-de melhorar”, garante.

Porém, “uma coisa que devia mudar já é a imprensa publica que está sob controlo do partido”, aponta, acusando os meios de comunicação social públicos de serem um “instrumento de propaganda de regime”.

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