Zero quer planos de contingência em caso de elevada poluição do ar
A associação ambiental Zero defendeu hoje que Lisboa e Porto deviam ter planos de contingência para situações de elevada poluição do ar, à semelhança do que aconteceu em Paris, disse hoje a vice-presidente da Zero, Carla Graça.
© Reuters
País Lisboa e Porto
"Aquelas cidades deviam ter um plano que permita, em caso de ocorrência de elevada poluição do ar, retirar carros dos centros urbanos, porque estamos, essencialmente, a falar de [poluição causada por] tráfego automóvel", disse a ambientalista à agência Lusa.
Carla Graça recordou que, na semana passada, várias cidades europeias, como Paris, Lyon, Londres e Bruxelas, atingiram concentrações elevadas de partículas e de dióxido de azoto e tiveram de acionar medidas como a circulação de veículos automóveis com matrículas alternadas (par num dia, ímpar no dia seguinte) ou a disponibilização de transportes públicos gratuitos durante vários dias.
"Estes episódios também já tiveram lugar em Madrid há algumas semanas, tendo sido ativado um plano que incluía a redução de velocidades e a proibição de estacionamento no interior da cidade", refere a Zero em comunicado.
Carla Graça disse à agência Lusa que estes planos "não existem" por cá e frisou que Lisboa e Porto "são as principais zonas onde ocorrem elevados números de concentração de partículas e de dióxido de ozono".
Segundo a associação refere no comunicado, Lisboa e Porto "têm sistematicamente apresentado ultrapassagens dos valores-limite de alguns poluentes do ar" e, por vezes, têm "circunstâncias meteorológicas semelhantes às verificadas na passada semana noutras cidades europeias".
Para a ambientalista, "devia haver algum cuidado e prevenção", porque são elementos poluentes que causam "doenças crónicas que têm custos para as pessoas e para o erário público".
"Há aqui um longo percurso a desenvolver", afirmou.
A vice-presidente da Zero criticou, ainda, a falta de informação ao público sobre qualidade do ar, exemplificando que no domingo apenas 46% dos dados estavam disponíveis.
"O próprio site da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) não disponibiliza toda a informação. Mais de metade dos dados não existem", afirmou.
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