Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM, foi esta terça-feira detido pela Polícia Judiciária, no âmbito da Operação O- (O negativo).
Segundo apurou o Notícias ao Minuto junto de fontes da PJ, estão em causa prejuízos para o Estado na ordem dos 100 milhões de euros, que remetem para factos que ocorreram entre 1999 e 2015.
Já de acordo com a PGR, estão em curso três dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias, sendo que "quatro destas decorrem em instituições e estabelecimentos oficias relacionados com a área da saúde, incluindo no Ministério da Saúde e no INEM”, pode ler-se em comunicado. Duas estão também a ser efetuadas em escritórios e “locais de trabalho de advogados”.
Neste inquérito, dirigido pelo Ministério Público, estão a ser investigadas “suspeitas de obtenção por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inactivado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram” o SNS.
Segundo a mesma fonte, “um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos (…) terão acordado entre si” que este segundo “utilizaria as suas funções para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro”.
Estes suspeitos podem ter obtido vantagens económicas “que procuraram ocultar”, com a ajuda de terceiros, em ocasiões específicas. Estes factos “estão suscetíveis de integrar a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais”.
[Notícia atualizada às 10h03]