Maria João Avillez aponta perda de quem "construiu e salvou" democracia
A jornalista Maria João Avillez, autora de três livros sobre Mário Soares, apontou hoje "a perda da maior referência do regime democrático", a quem Portugal deve a liberdade.
© Reuters
País Político
Autora de "Soares: democracia", 'Soares: Ditadura e Revolução' e 'Soares: o Presidente', Maria João Avillez sublinhou, em declarações à agência Lusa, o "privilégio" que foi ter escrito três livros sobre Mário Soares, alguém que nunca esquecerá e "a quem os portugueses devem muito".
Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado desde 13 de dezembro.
"Uma grande perda e, sobretudo, a perda de uma referência, a maior referência do nosso regime democrático. Foi o construtor do regime onde vivemos, com a liberdade de que dispomos", referiu.
Maria João Avillez lembrou que foi Mário Soares que "construiu o regime democrático e, simultaneamente, o salvou quando esteve seriamente ameaçado em 1975", um feito que considera "absolutamente notável".
"Nunca desistia e resistia e, estas duas coisas juntas, explicam muito do seu trajeto. Era, também, alguém que apreciava imenso a vida e estar vivo. Foi um grande lutador e democrata, a quem os portugueses devem estar gratos por viverem no regime em que vivem hoje", concluiu.
Mário Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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