"Marcelo, o rei constitucional, também falhou... mas pouquíssimas vezes"
José Miguel Júdice aponta virtudes e falhas a Marcelo Rebelo de Sousa enquanto Presidente da República.
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País José Miguel Júdice
Marcelo Rebelo de Sousa “teve, ao longo do último ano, um percurso quase sem falhas”. As palavras são de José Miguel Júdice, convicto de que o Presidente da República tem poucos erros que se lhe possam apontar.
O chefe de Estado “tem uma inteligência emocional e intelectual de nível excecional, é uma pessoa verdadeiramente afetiva – ele adora mesmo dar beijinhos às crianças – e é profundamente próximo dos portugueses. Além disso, conhece muito bem e sabe agir muito bem com a classe política”, enumerou o comentador, na antena da TVI24.
O advogado apelidou mesmo Marcelo de “rei constitucional, ou seja, é uma pessoa que não governa mas pode influenciar a governação”. É, acrescentou, alguém que “descrispa e aproveite o seu prestígio para dar mais otimismo aos portugueses”.
Porém, não é imune a falhas e “falhou nalgumas coisas, mas pouquíssimas vezes”. Segundo José Miguel Júdice, Marcelo “esteve mal na questão da CGD e não esteve bem na relação com o PSD. Ainda assim, a opinião pública adora-o sem limites e estes pequenos problemas perfeitamente normais não afetam (longe disso) o gostar dele”.
“O principal defeito político de Marcelo Rebelo de Sousa é que tem dentro de si o bicho do medo. Tem medo que as coisas corram mal”, apontou ainda o comentador, que – ainda a propósito do primeiro ano de Marcelo na Presidência – aponta algumas críticas à primeira entrevista que concedeu.
“Foi uma entrevista falhada, ele estava muito nervoso ao princípio e achei-o muitíssimo colado ao Governo”, atirou Júdice, certo de que Marcelo revelou “um otimismo irritante” e um tom “muito crítico em relação ao líder do maior partido da oposição, para não falar do CDS que tratou como se não existisse”.
E depois do primeiro ano? “Vêm aí tempos difíceis”, vaticina o advogado: “Começa a haver tensão dentro da Geringonça e críticas visíveis dentro do Partido Socialista” e Marcelo “está a entrar num novo período que não preparou”.
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