"Na terça-feira, a direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH) da Universidade Nova de Lisboa foi invadida por quatro dezenas de indivíduos afetos à extrema-direita, que se identificaram como tal", refere.
Segundo a associação, numa atitude "claramente intimidatória", as pessoas exigiram conhecer individualmente alguns membros da AEFCSH.
"A par desta iniciativa, as fotos de alguns dirigentes associativos foram publicadas em redes sociais da extrema-direita, sendo que as 40 pessoas prometeram voltar em maior número às instalações da AEFCSH", sublinha.
Os estudantes daquela faculdade decidiram na segunda-feira em Reunião Geral de Alunos não ceder o auditório à organização Nova Portugalidade para a realização de uma conferência do politólogo Jaime Nogueira Pinto sobre "Populismo ou Democracia? O Brexit, Tump e Le Pen em debate".
A Reunião Geral alegou que o evento estava "associado a argumentos colonialistas, racistas, xenófobos".
No comunicado, a AEFCSH salienta que "nunca procurou impedir a existência de debate político, nem a presença do professor Jaime Nogueira Pinto na faculdade".
"A direção da AEFCSH limitou-se a dar seguimento a uma decisão da Reunião Geral de Alunos que a mandatou para não ceder o auditório pedido pela organização Nova Portugalidade. Esta organização tem um perfil salazarista e a direção da AEFCSH revê-se na preocupação estudantil à qual ficou vinculada na Reunião Geral de Alunos", refere.
No comunicado, a associação explica também que só teve conhecimento da decisão de anular a realização da conferência pela comunicação social.
A AEFCSH termina a afirmar que "não se deixará intimidar pela presença e ameaças de nenhum grupo de extrema-direita" e que "não tem medo do debate livre, que nunca impediu e que continuará a promover na faculdade, assim como os valores democráticos pelos quais se rege".