Associação de Estudantes da FCSH denuncia ameaças da extrema-direita

A Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa denunciou hoje, em comunicado, ameaças de cerca de 40 pessoas ligadas à extrema-direita.

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© Facebook/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - FCSH NOVA

Lusa
08/03/2017 22:56 ‧ 08/03/2017 por Lusa

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Conferência

"Na terça-feira, a direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH) da Universidade Nova de Lisboa foi invadida por quatro dezenas de indivíduos afetos à extrema-direita, que se identificaram como tal", refere.

Segundo a associação, numa atitude "claramente intimidatória", as pessoas exigiram conhecer individualmente alguns membros da AEFCSH.

"A par desta iniciativa, as fotos de alguns dirigentes associativos foram publicadas em redes sociais da extrema-direita, sendo que as 40 pessoas prometeram voltar em maior número às instalações da AEFCSH", sublinha.

Os estudantes daquela faculdade decidiram na segunda-feira em Reunião Geral de Alunos não ceder o auditório à organização Nova Portugalidade para a realização de uma conferência do politólogo Jaime Nogueira Pinto sobre "Populismo ou Democracia? O Brexit, Tump e Le Pen em debate".

A Reunião Geral alegou que o evento estava "associado a argumentos colonialistas, racistas, xenófobos".

No comunicado, a AEFCSH salienta que "nunca procurou impedir a existência de debate político, nem a presença do professor Jaime Nogueira Pinto na faculdade".

"A direção da AEFCSH limitou-se a dar seguimento a uma decisão da Reunião Geral de Alunos que a mandatou para não ceder o auditório pedido pela organização Nova Portugalidade. Esta organização tem um perfil salazarista e a direção da AEFCSH revê-se na preocupação estudantil à qual ficou vinculada na Reunião Geral de Alunos", refere.

No comunicado, a associação explica também que só teve conhecimento da decisão de anular a realização da conferência pela comunicação social.

A AEFCSH termina a afirmar que "não se deixará intimidar pela presença e ameaças de nenhum grupo de extrema-direita" e que "não tem medo do debate livre, que nunca impediu e que continuará a promover na faculdade, assim como os valores democráticos pelos quais se rege".

 

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