Alunos de Coimbra solidários com alunos da Nova que denunciaram ameaças
A assembleia magna da Associação Académica de Coimbra (AAC) aprovou hoje uma moção de solidariedade para com os dirigentes estudantis da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova que denunciaram ameaças da extrema-direita.
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País AAC
Na madrugada de hoje, durante a assembleia magna, os estudantes da AAC aprovaram uma moção de solidariedade para com "os membros dirigentes da FCSH que foram ameaçados dentro do espaço da sua universidade", disse à agência Lusa o presidente da associação, Alexandre Amado.
O dirigente estudantil afirmou que a moção não foi apresentada pela direção-geral da AAC e que apenas está relacionada com a intimidação levada a cabo contra membros da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH).
"Os elementos têm de exercer a sua atividade livremente sem serem intimidados nas suas instalações", realçou, rejeitando fazer mais comentários sobre o caso, cujo contexto das decisões da AEFCSH e da direção da Faculdade desconhece.
A AEFCSH da Universidade Nova de Lisboa denunciou na quarta-feira, em comunicado, ameaças de cerca de 40 pessoas ligadas à extrema-direita.
"Na terça-feira, a direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH) da Universidade Nova de Lisboa foi invadida por quatro dezenas de indivíduos afetos à extrema-direita, que se identificaram como tal", refere.
Segundo a associação, numa atitude "claramente intimidatória", as pessoas exigiram conhecer individualmente alguns membros da AEFCSH.
"A par desta iniciativa, as fotos de alguns dirigentes associativos foram publicadas em redes sociais da extrema-direita, sendo que as 40 pessoas prometeram voltar em maior número às instalações da AEFCSH", sublinha.
Os estudantes daquela faculdade aprovaram a 02 de março, em Reunião Geral de Alunos, uma moção que tinha como objetivo cancelar a reserva da sala por parte da organização Nova Portugalidade para uma conferência do politólogo Jaime Nogueira Pinto, intitulada "Populismo ou Democracia? O Brexit, Trump e Le Pen em debate".
Em comunicado, a AEFCSH salienta que "nunca procurou impedir a existência de debate político, nem a presença do professor Jaime Nogueira Pinto na faculdade".
"A direção da AEFCSH limitou-se a dar seguimento a uma decisão da Reunião Geral de Alunos que a mandatou para não ceder o auditório pedido pela organização Nova Portugalidade. Esta organização tem um perfil salazarista e a direção da AEFCSH revê-se na preocupação estudantil à qual ficou vinculada na Reunião Geral de Alunos", refere.
No comunicado, a associação explica também que só teve conhecimento da decisão de anular a realização da conferência pela comunicação social.
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