Há que "dar tempo" às escolas para evitar corrigir erros com novos erros

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que é necessário "dar tempo" às escolas para respirar e evitar corrigir erros do passado com novos erros, quando questionado pelo PSD sobre uma eventual nova reforma curricular.

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Lusa
22/03/2017 17:20 ‧ 22/03/2017 por Lusa

País

António Costa

Numa intervenção no debate quinzenal com o primeiro-ministro, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, questionou António Costa sobre uma eventual nova reforma na educação que passaria pela flexibilização curricular e que chegou a ser admitida pelo secretário de Estado da Educação João Costa, mas na qual o Governo teria recuado.

"Disse várias vezes que as escolas precisam de respirar, de paz, de tranquilidade", respondeu António Costa no parlamento, salientando que entre 2011 e 2015 houve sete alterações, quer de metas quer de currículos.

Reconhecendo que "nem todas essas mudanças foram pacíficas" e que "é legítimo" que muitos queiram rapidamente corrigir o que foi feito, o primeiro defendeu, contudo, "que um erro não se corrige com novo erro"

"Se houve nos últimos quatro anos excesso de alterações, o pior erro era haver agora novo excesso de alterações para corrigir o excesso de alterações", disse, sublinhando que é necessário "dar tempo" para avaliar o que foi feito.

Para o primeiro-ministro, o mais importante no setor da educação é que "as alterações que sejam necessárias sejam feitas com consenso" e "respeitando e valorizando" a autonomia das escolas.

Notando ter registado "o recado" enviado por Costa ao seu secretário de Estado, Montenegro questionou o primeiro-ministro sobre quais os erros que considera terem sido cometidos na área da educação, salientando que várias avaliações independentes apontam para melhorias.

Na resposta, o primeiro-ministro destacou que os resultados dos testes internacionais sobre o desempenho do sistema educativo devem orgulhar as famílias, os alunos e os docentes, acrescentando que esse é um mérito de sucessivos Governos e não apenas do anterior.

"Os resultados na educação são resultados cumulativos", disse, considerando que tão importante foi o alargamento da escolaridade obrigatória nos Governos de Cavaco Silva como do pré-escolar nos executivos liderados pelo socialista António Guterres.

 

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