"Contrariamente, às vezes, aos ventos mais negativos, o MP tanto na comarca de Porto Este como na comarca de Viana do Castelo, no essencial, está a funcionar bem. Está a baixar pendências, está a aplicar, relativamente à suspensão provisória dos processos, instrumentos de consenso de uma maneira mais adequada, está a ter mais êxito nas acusações relativas à criminalidade grave e criminalidade económico-financeira e está, também, a diminuir pendências, ou seja, a resolver mais processos do que aqueles que entram. No geral o MP está a funcionar bem nestas comarcas", afirmou Joana Marques Vidal
A magistrada, que falava aos jornalistas no edifício dos juízos centrais cíveis de Viana do Castelo, no final de dois dias de visitas de trabalho que realizou àquelas comarcas, disse que em ambas "há dificuldades crónicas" de falta de magistrados e de funcionários do MP.
"Com mais magistrados nós conseguiríamos ter uma ação mais eficaz, ter os processos ainda mais céleres", especificou, destacando que "os processos se encontram em dia e que a duração do prazo dos processos de inquérito vem diminuindo".
No que diz respeito à falta de funcionários do MP, afirmou que é sentida "principalmente na comarca de Porto Este".
"Não só em número mas também na qualidade da sua formação. Isso é uma área em que precisamos de apostar e desenvolver. Precisamos também de tentar encontrar formas de organização que nos permitam especializar de uma maneira mais aprofundada, porque, de certa forma já está a ser feita essa especialização nas secções do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de combate à criminalidade económico-financeira e criminalidade grave e complexa".
Joana Marques Vidal sublinhou a importância das reuniões de trabalho que vem fazendo nas comarcas para recolher "impressões, dificuldades e projetos de funcionamento dos MP em cada comarca".
Na visita que efetuou às comarcas de Porto Este e Viana do Castelo fez-se acompanhar do vice-procurador-geral da República, por um representante do Conselho Superior do Ministério Público e pela Procuradora-Geral Distrital do Porto.