O Centro de Saúde Fernão de Magalhães, situado num edifício "dos anos 1950, que tem quatro pisos", não oferece condições de segurança e de higiene para "continuar a ser um centro de saúde", alertou o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes.
O responsável sublinhou que a Ordem vai enviar um relatório ao Ministério da Saúde e pedir à Autoridade de Saúde uma fiscalização do espaço "para saber se há condições".
Carlos Cortes, que falava à comunicação social após uma visita à unidade, referiu que não há saídas de emergência, não há isolamento sonoro nem ar condicionado e o sistema elétrico "está avariado", tendo o centro estado às escuras "há uns tempos".
Questionada pela agência Lusa, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) reconhece, em comunicado, que as condições "são deficitárias", sublinhando que "vão arrancar, a curto prazo, obras de reabilitação", no sentido de "melhorar as condições de atendimento dos utentes e minimizar as dificuldades porque passam os profissionais".
Naquele edifício, será também instalada uma nova unidade de saúde familiar.
As obras, esclarece a ARSC, vão custar cerca de 120 mil euros e compreendem "o redimensionamento das áreas, substituição de pavimentos, pinturas e remodelação da rede de águas e esgotos", sendo que, "também a muito curto prazo", será efetuada a substituição do equipamento de climatização, num valor de 22,5 mil euros.
A administração regional sublinha ainda que, face às atuais condições do centro de saúde, "encetou o processo de construção de uma nova unidade de saúde, investimento estimado em três milhões de euros".
O presidente da secção regional da Ordem recordou que visitou o centro de saúde há dois anos, sendo que na altura foi tranquilizado pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) de que haveria uma "solução imediata" para aquele problema.
"Passados dois anos, não aconteceu absolutamente nada", notou, sublinhando que desde o ano da sua inauguração, 1992, que têm sido feitas "sucessivas promessas de um novo centro de saúde", sem nunca se concretizarem.
Segundo Carlos Cortes, o Governo anunciou um plano de renovação "de alguns centros de saúde", mas, "infelizmente", esqueceu-se do Centro de Saúde Fernão de Magalhães.
"Riscou-se o centro de saúde do mapa. A ARSC esqueceu o centro de saúde, o ACES (Agrupamento de centros de saúde) esqueceu o centro de saúde, o Ministério da Saúde esqueceu o centro de saúde", afirmou, realçando que a Câmara de Coimbra "também podia ter aqui uma posição muito importante, fazendo pressão para a situação se alterar".
Para Carlos Cortes, é necessária uma solução urgente que terá de passar ou por obras no atual edifício ou pela criação de um "centro de saúde novo", o que seria a solução "ideal".
"Tenho visitado muitos centros de saúde na região e não conheço nenhum com tão más condições como o Centro de Saúde Fernão de Magalhães", criticou.