"Greve na Função Pública vai afetar escolas, saúde e cultura"

A greve nacional convocada para sexta-feira pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS) deverá afetar as escolas, a área da saúde e ainda da cultura, entre outros serviços, afirmou hoje a dirigente sindical, Ana Avoila.

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Lusa
24/05/2017 15:17 ‧ 24/05/2017 por Lusa

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"As escolas são já prática encerrarem com a greve dos trabalhadores não docentes, esta greve na educação tem uma força muito grande", afirmou a dirigente sindical na conferência de imprensa de hoje onde voltou a recordar as razões para a paralisação dos trabalhadores da função pública no próximo dia 26 de maio.

"Na saúde vai afetar naturalmente", acrescentou, sublinhando que os serviços mínimos serão garantidos. Mas haverá ainda mais áreas a serem afetadas pela greve, como por exemplo a da cultura, que teve uma greve há pouco tempo.

A cultura "vai ter uma nova adesão à greve, há muitos sítios que é provável que fechem", afirmou, o mesmo acontecendo com "repartições de finanças" ou serviços da "Segurança Social.

"Nesse dia, os serviços vão ter perturbações grandes e nalguns sítios não vão funcionar", salientou Ana Avoila.

Questionada sobre as expetativas de adesão, a dirigente sindical disse que "são boas" e exemplificou: "Porque ainda agora viemos da Assembleia da República e os trabalhadores da Assembleia da República, muitos deles, vieram dizer que iam fazer greve".

Sobre se considerava que o Governo de António Costa estaria sensível a esta greve, Ana Avoila foi perentória: "Acho que o Governo tem de estar sensível a esta ação".

Para a dirigente sindical, o Governo tem de "estar sensível" a todas as ações, sejam pequenas ou maiores, como a da greve nacional, que "é a última que os sindicatos costumam utilizar".

E considerou que deve estar sensível "porque o potencial de confiança que os trabalhadores da função pública depositam nos governos, e em concreto neste Governo, com esta nova fase da vida nacional, pode desaparecer de um momento para o outro se o Governo não tiver em atenção que as pessoas não aguentam esperar tanto tempo, as pessoas não são números".

Ou seja, "os governos não podem olhar para os trabalhadores, sejam da função pública ou do setor privado, e enquadrá-los numa operação numérica", sublinhou.

No início da conferência, Ana Avoila recordou as razões da greve de 24 horas, uma paralisação nacional que abrange cerca de 330 mil trabalhadores, que é o âmbito dos sindicatos que compõem a federação.

"É uma greve convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais e convém hoje, porque falta pouco tempo, lembrar porque é que os trabalhadores efetivamente têm de partir para uma forma de luta que é a última forma de luta que se utiliza quando as coisas não correm bem", disse, apontando que "ao longo dos últimos tempos (...) os locais de trabalho estão com menos condições de trabalho, não entrou pessoal" e "há sítios em que os trabalhadores estão com ritmos de trabalho que dificilmente, se isto continuar, aguentam".

Deu o exemplo da regulação das 35 horas, que foi uma conquista dos trabalhadores, e em que "muitos deles" não cumprem isso "porque não podem, designadamente nos hospitais", onde "muitos chegam a fazer 10 a 12 horas seguidas", considerando haver "situações muito precárias dentro da Administração Pública".

Além disso, "não temos aumentos salariais desde 2009 e não temos descongelamento das nossas carreiras desde 2005, nalguns casos desde 2002" e esta "é uma situação que não se pode arrastar, a juntar a outras que se prendem com a precariedade que estamos agora a tentar resolver, e também não vemos da parte do Governo vontade de resolver prioritariamente algumas das coisas mais importantes", disse.

Outra das razões é o facto do Plano Nacional de Reformas apontar que "os trabalhadores da função pública só vão ter aumentos de salários a partir de 2021 e que o descongelamento das carreiras será feito a partir de 2018 de forma faseada".

 

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