Altas temperaturas, trovoadas e extensão estão a potenciar fogo

Altas temperaturas, trovoadas secas e extensão das frentes de fogo estão a potenciar o incêndio que deflagrou no concelho de Pedrógão Grande, disse o diretor do Departamento de Meteorologia e Geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

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Lusa
18/06/2017 11:45 ‧ 18/06/2017 por Lusa

País

Pedrógão Grande

 

"O calor que tivemos ontem [sábado], que tivemos anteontem [sexta-feira], e que vamos ter hoje e amanhã... Temos uma situação em que está tudo muito quente, em que nos dá uma capacidade de termos trovoadas que podem no terreno começar a fazer um incêndio. E a situação neste momento é quase incontrolável. Tenho estado em contacto com a Proteção Civil e é muito difícil de conseguirmos parar o incêndio", afirmou Pedro Viterbo.

Para o especialista, estas condições meteorológicas estiveram na origem do incêndio que deflagrou ao início da tarde de sábado, numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, e que alastrou aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.

"Ontem [sábado] tivemos uma situação com o dia mais quente deste ano, e ainda estamos em junho. Provavelmente, este dia (...) será um dos dias mais quentes do ano, porque ainda falta julho e agosto, e essas condições potencializam a continuação do fogo", salientou o diretor deste departamento do IPMA.

O dia de hoje vai ter temperaturas mais baixas, mas isso não será suficiente para atenuar o evoluir das chamas.

"Hoje é um dia menos quente e isso pode, um pouco, abrandar a situação, mas a extensão é tão grande, são três municípios com uma extensão enorme, e não me parece que seja possível termos uma situação em que isto vai acabar daqui a uma hora: Não. As coisas vão-se prolongar. Principalmente Pedrógão Grande é a zona mais difícil, neste momento", relatou Pedro Viterbo.

Para o diretor do Departamento de Meteorologia e Geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a extensão dos três concelhos e a mancha florestal envolvente agravam o combate ao incêndio.

"Tendo sido aceso o fogo, não há neste momento uma capacidade rápida de apagar o fogo. A zona é muito grande, são três municípios que estão cheios de carros de bombeiros, cheios de ajudas, mas é uma zona muito grande para conseguir controlar", avisou Pedro Viterbo.

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Almeida Henriques, afirmou, entretanto, que o incêndio que deflagrou no sábado no concelho de Pedrógão Grande teve origem numa trovoada seca, afastando qualquer indício de origem criminosa.

O número de mortos no incêndio rural que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, cifra-se, para já, em 57, segundo o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

O incêndio causou ainda 59 feridos, segundo um balanço das 10:00.

O fogo alastrou aos concelhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, também no distrito de Leiria.

 

 

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