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Depois do fogo, há perigos para a saúde no ar que se respira

O valor-limite diário de partículas suspensas na atmosfera, com efeitos na saúde, foi ultrapassado na região Centro entre domingo e terça-feira, coincidindo com os incêndios florestais que deflagraram em Pedrógão Grande e Góis, foi hoje divulgado.

Depois do fogo, há perigos para a saúde no ar que se respira
Notícias ao Minuto

07:00 - 23/06/17 por Lusa

País ZERO

A informação consta num comunicado da associação ambientalista ZERO, que precisa que, no domingo, um dia depois do começo dos fogos florestais em Pedrógão Grande (Leiria) e Góis (Coimbra), a quantidade máxima admissível por dia de partículas suspensas no ar foi superada em cinco estações de monitorização do Centro Interior e Centro Litoral.

Na segunda-feira, o valor-limite foi excedido em dez locais do Centro Interior, Centro Litoral e Coimbra, enquanto na terça-feira foi ultrapassado em sete estações, mas apenas no Centro Litoral.

A ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável refere que, no sábado, o número-limite de partículas suspensas foi superado em cinco estações do Centro Litoral e do Sul da Área Metropolitana de Lisboa. Na sexta-feira passada foi excedido num local na região do Norte Interior e na quarta-feira em seis sítios do sul do Algarve.

O comunicado assinala que a elevada concentração de partículas suspensas no ar, potenciada pelos incêndios, tem "efeitos na saúde humana no curto e longo prazo", podendo causar ou aumentar "problemas cardiorrespiratórios" ou "contribuir para o agravamento da mortalidade" devido à inalação dos seus compostos tóxicos.

A organização não-governamental adverte que, em caso de níveis elevados de partículas suspensas, "é fundamental o uso de máscara como proteção respiratória".

Na mesma nota, a ZERO sustenta que "falhou a informação obrigatória às populações" sobre as concentrações excedidas de ozono, um poluente, esclarece, formado a partir de outros poluentes, como os óxidos de azoto, que são emitidos pela circulação automóvel e pela combustão, incluindo fogos.

Entre sexta-feira passada e esta terça-feira, o limiar horário de informação ao público sobre a concentração de ozono na atmosfera foi ultrapassado no Norte Interior, em Lisboa, no Centro Litoral e entre as regiões do Douro e Minho.

O número de horas acima do limiar de informação sobre os níveis de ozono foi maior em Lisboa - 11 horas no total - no sábado, dia em que a temperatura máxima alcançou no distrito os 40ºC.

A ZERO avisa que a exposição a níveis elevados de ozono pode agravar doenças respiratórias e reduzir a resistência a infeções respiratórias.

Segundo a associação, "as populações não estão a ser avisadas nem da previsão, nem sobre o atingir dos elevados níveis de ozono, como seria de esperar".

Uma situação que "acontece frequentemente", alegou à Lusa a vice-presidente da ZERO, Carla Graça, acrescentado que este tipo de informação seria expectável a partir do momento em que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera emite avisos de tempo muito quente e de risco de exposição a radiação ultravioleta.

Compete às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional alertarem a população, através da comunicação social, para os limiares excedidos de concentração de ozono no ar.

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