Com ou sem fuga de informação, exame de Português não vai ser anulado

Garantia é dada pelo próprio ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

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João Oliveira
28/06/2017 11:37 ‧ 28/06/2017 por João Oliveira

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Ensino

Esteve em causa, pelo menos até hoje, a anulação e possível repetição do Exame de Português do 12º ano, dada a fuga de informação que houve sobre o conteúdo da prova, dias antes desta se realizar.

Contudo, o exame não vai ser nem anulado nem repetido. A garantia é do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que adiantou ainda que, caso se comprovem benefícios aos alunos graças ao pré-conhecimento sobre a matéria do exame, "o ministério agirá civil, disciplinar e criminalmente contra o seu autor ou autores.

"Se alguém saiu beneficiado, sofrerá as consequências previstas no regulamento", declarou o ministro na Maia.

O ministro disse mesmo que "não está em cima da mesa, nem esteve e nem foi equacionada, a possível anulação da prova".

Para Tiago Brandão Rodrigues, "face a uma denúncia que existiu, fez-se o que devia ser feito, o que tinha que ser feito" e o Ministério da Educação não irá intervir na investigação que decorre relativamente a uma alegada fuga de informação sobre os conteúdos da prova.

"Esta é uma questão que não pode nem deve merecer posições facilitistas ou posições precipitadas", disse, acrescentando ser, neste momento, importante "transmitir aos alunos que têm que, com serenidade e tranquilidade, continuar a sua época de exames".

A Procuradoria-Geral da República informou na sexta-feira que a eventual fuga de informação do exame nacional de Português "deu origem a um inquérito" e "o mesmo encontra-se em investigação no DIAP de Lisboa".

"Confirma-se a receção da participação do IAVE [Instituto de Avaliação Educativa], a qual deu origem a um inquérito. O mesmo encontra-se em investigação no DIAP de Lisboa [Departamento de Investigação e Ação Penal]", disse a PGR em resposta à Lusa.

O jornal Expresso teve acesso a um áudio que circulou nas redes sociais alguns dias antes do exame nacional e que revelava o que ia sair na prova.

Segundo o áudio, a fuga partiu da "presidente de um sindicato de professores".

Na gravação, feita por uma aluna que não se identifica, pode ouvir-se a estudante a dizer: "Ó malta, falei com uma amiga minha cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive".

"Pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória e outra sobre a importância dos vizinhos no combate à solidão", acrescenta a aluna na gravação.

Segundo o Expresso, a situação foi denunciada ao Ministério da Educação por Miguel Bagorro, professor na Escola Secundária Luísa de Gusmão, em Lisboa, que teve conhecimento da gravação, através de um aluno a quem dava explicações de Português.

A divulgação do áudio levou o IAVE a anunciar na semana passada que iria remeter para a Inspeção-Geral de Educação (IGEC) e para o Ministério Público informações sobre as alegadas fugas de informação, que teriam acontecido antes da realização do exame nacional do 12.º ano, que decorreu no dia 19. 

[Notícia atualizada às 12h26]

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