Agência de Indústrias Criativas lamenta "ambiente desfavorável" para mais ideias
O diretor da Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas (ADDICT), Carlos Martins, lamentou segunda-feira a “ausência de um ambiente favorável à criação de ideias” em Portugal que impede o desenvolvimento da indústria audiovisual no país.
© Reuters
País Audiovisual
"A região Norte vê sair das universidades, anualmente, cerca de 1.200 licenciados na área do audiovisual, que, pura e simplesmente, não têm saídas nesta área geográfica e não ficam por cá”, afirmou Carlos Martins na noite de segunda-feira, durante um debate sobre o setor cultural e criativo promovido pela federação distrital do PS/Porto.
Pela situação, que impede o desenvolvimento da indústria audiovisual em Portugal, Carlos Martins culpou ainda o “modelo de financiamento empresarial desajustado e inadequado” e a “ausência de um ambiente favorável à criação de ideias”.
“Para aferir a dimensão desta realidade podemos citar o exemplo da Irlanda, que possui a segunda maior indústria audiovisual do mundo, e nós estamos, literalmente, no zero", criticou o também ex-diretor executivo da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012.
Carlos Martins, que já tutelou, enquanto vereador, o pelouro da Cultura na Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, destacou ainda o facto de o Norte ser, atualmente, “a região mais pobre de Portugal, com um PIB per capita de 61%, duas vezes inferior ao de Lisboa”.
Durante o debate, o ex-diretor da AGADIC – Agência Galega das Indústrias Culturais, da Xunta da Galicia, Juan Carlos Fernandez Fasero, assinalou a dicotomia existente entre a cultura e a indústria cultural, considerando que este último é dominado por “uma pura filosofia económica”.
Esta foi a primeira iniciativa de um ciclo de debates em torno do setor cultural e criativo que vai percorrer toda a região Norte, estando mais seis previstos.
Segundo o PS/Porto, e no caso da região Norte, estudos recentes mostram que o setor cultural e criativo contava, em 2009, com 20.703 empresas que empregavam 43.355 trabalhadores, representando 6% do tecido empresarial da região.
Nesse ano, a faturação do setor ascendeu a 1,2 mil milhões de euros e a taxa média de criação de empresas ligadas às indústrias criativas e culturais foi, entre 2006 a 2009, de 23,75%, a comparar com a taxa de crescimento médio anual de novas empresas para a economia portuguesa no seu conjunto, equivalente a 7,2%.
“Este bom desempenho está hoje em sério risco de regressão”, alertam, em comunicado, os socialistas.
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