Pedrógão Grande: Câmara quer mudanças nos apoios dados à agricultura
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, afirmou hoje que vai pedir uma audiência ao Ministério da Agricultura para exigir alterações na prestação de apoios aos agricultores afetados pelo incêndio.
© Reuters
País Valdemar Alves
Valdemar Alves considera que há que resolver "problemas nas áreas das ajudas na agricultura e floresta, especialmente na agricultura", sublinhando que o legislador, na altura de definir os critérios dos apoios, esqueceu-se que a zona afetada não é "latifúndio nem minifúndio".
"É agricultura de sobrevivência", notou o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, considerando que, face a essa realidade, a portaria terá de ser retificada para não obrigar famílias com despesas superiores a cinco mil euros a estarem coletadas.
Para uma família que perdeu mais de cinco mil euros na exploração agrícola ser ajudada "tem de estar coletada e para estar coletada tem de gastar 250 euros", constatou o autarca, defendendo que essa obrigação deve ser retirada e que os próprios prazos das candidaturas devem ser alargados.
"Estou convencido que o Ministério da Agricultura vai reconsiderar e fazer nova portaria", disse Valdemar Alves, que falava aos jornalistas após uma reunião na Câmara de Pedrógão Grande do secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, com autarcas dos concelhos afetados, familiares de vítimas e várias entidades de saúde locais.
Segundo o presidente do município, a resposta da saúde no terreno tem sido satisfatória.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.
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