As despesas gastas pela presidente da associação Raríssimas deram lugar a polémica, na sequência de uma reportagem da TVI apresentada no último sábado.
Em causa estarão despesas em vestidos e outros produtos, bem como num BMW topo de gama, que terão sido feitas pela presidente da instituição, Paula Brito Costa.
A mesma reportagem fazia a dada altura referência à deputada do PS Sónia Fertuzinhos como tendo feito uma viagem pela Raríssimas.
Citada pelo Observador, a deputada afirmou que viajou para uma conferência na Suécia da Organização Europeia para as Doenças Raras, mas que reembolsou a IPSS.
Entretanto, dado o facto de a deputada em causa não ter conta na rede social Facebook, outros colegas do grupo parlamentar de Sónia Fertuzinhos partilharam o esclarecimento público da deputada.
Em causa está uma viagem por ocasião da conferência 'Workshop on Improving Integrated Care for People Living with Rare Diseases and Complex Conditions', que decorreu em Ågrenska, Gotemburgo, na Suécia, nos dias 8 e 9 de setembro de 2016.
Adianta a deputada que "tendo participado em algumas discussões internas da Raríssimas sobre o desafio da implementação da Estratégia Nacional Integrada para as Doenças Raras 2015-2020, e sobre a evolução futura da Estratégia Europeia para as Doenças Raras", foi "convidada a participar na conferência acima referida".
A participação "ocorreu no âmbito do trabalho" que procura "desenvolver enquanto deputada", afirma Sónia Fertuzinhos, acrescentando que "nunca" recebeu "nenhum pagamento relacionado" com estas ações.
"As despesas relacionadas com a viagem não constituíram nenhuma despesa para a Raríssimas, que tendo adiantado o pagamento dos bilhetes de avião foi reembolsada pela entidade organizadora da conferência, na totalidade do valor dos mesmos", acrescenta a deputada.
A deputada acrescenta ainda que teve oportunidade de explicar à jornalista Ana Leal, que assina a reportagem da TVI, as razões da sua viagem e que, "não havendo nenhuma relação entre a viagem para participar na conferência e o tema da reportagem, conforme" lhe tinha sido apresentada, "nada mais podia acrescentar".
Recorde-se que a a associação Raríssimas é uma organização financiada com apoio do Estado e com donativos. A Raríssimas afirma que as informações que constam da reportagem foram "descontextualizadas" e reservou mais explicações para um direito de resposta.
O caso gerou uma onda de indignação que, nas redes sociais, levou entretanto à suspensão da página mantida pela Raríssimas.
Entretanto, Ricardo Leal Baptista, médico e deputado do PSD, reagiu publicamente ao caso para explicar que foi convidado há duas semanas para integrar, em regime de pro bono, a direção da organização, não tendo ainda tomado posse. O mesmo deputado pede o "cabal esclarecimento" do caso.