Urgências Faro: Administração defende que não recebeu notificação oficial
Os enfermeiros da Urgência do Hospital de Faro denunciaram a incapacidade de resposta do serviço, que dizem estar a colocar a segurança dos utentes e profissionais em risco, e avisam que o número de enfermeiros é insuficiente.
País CHUA
Em missiva enviada na madrugada de sábado à presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), a que a Lusa teve acesso, a equipa avisa que face à situação de "caos" não pode ser responsabilizada por "eventuais ou futuros acontecimentos dos quais resultem consequências nocivas" para os utentes ou familiares.
Segundo os enfermeiros, que querem manter o anonimato, apesar de o número de doentes admitidos ter vindo a aumentar, os recursos humanos e materiais são cada vez mais escassos, um dos fatores que tem conduzido à "diminuição da qualidade assistencial" e "progressiva degradação" da capacidade de resposta às adversidades.
"Ao mesmo tempo, o número de utentes internados em maca no Serviço de Urgência, bem como o seu tempo de permanência no mesmo, tem igualmente sido amplificado", sublinham, acrescentando que "o número de enfermeiros escalados por turno tem-se mantido igual e, em alguns casos, tem sido inferior ao estipulado como o mínimo".
Na missiva, enviada também para o ministro da Saúde, a equipa refere ainda que o atual plano de contingência é "inadequado", sendo "quase impossível" a sua operacionalização, pois prevê apenas a sua ativação quando o número de utentes no Serviço de Internamento na Urgência (SO) atingir os 30.
Contactada pela Lusa, a administração do CHUA afirmou não ter recebido "formalmente o referido documento", do qual diz apenas ter tido conhecimento através da comunicação social.
"Em nenhum momento, a denominada equipa de enfermagem mencionada no comunicado, contactou através da sua chefia os atuais membros do conselho de Administração no sentido de expor as situações referidas no comunicado agora enviado", referem.
O Conselho de Administração diz ainda estranhar o momento escolhido para enviar o comunicado para a imprensa, na qual o enfermeiro-chefe do serviço de urgência "não se revê", numa altura em que o hospital "tem conseguido dar resposta de forma positiva ao pico de afluência".
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