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Mineiros de Beja farão greve se não lhes forem apresentadas propostas

Os trabalhadores da concessionária da mina alentejana de Neves-Corvo decidiram fazer nova greve caso não recebam até dia 29 deste mês proposta da nova administração para resolver o conflito laboral na empresa, disse hoje fonte sindical.

Mineiros de Beja farão greve se não lhes forem apresentadas propostas
Notícias ao Minuto

12:40 - 13/01/18 por Lusa

País Neves-Corvo

A decisão foi tomada num plenário geral de trabalhadores da Somincor, a concessionária da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, distrito de Beja, que incluiu quatro reuniões na empresa, entre quinta-feira e a madrugada de hoje, disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) Jacinto Anacleto.

O plenário realizou-se após a reunião que decorreu na quarta-feira entre o STIM e o novo administrador-delegado da Somincor, Kenneth Norris, que, segundo o sindicalista, disse que, "até dia 16 de fevereiro, vai apresentar uma proposta [ao sindicato] para resolver o conflito" laboral com os trabalhadores.

No plenário, os trabalhadores decidiram "dar o benefício da dúvida" ao novo administrador-delegado e esperar pela proposta até dia 29 deste mês e não até dia 16 de fevereiro, explicou Jacinto Anacleto.

Os trabalhadores decidiram também "avançar para uma nova greve com datas ainda a definir" se o novo administrador-delegado não apresentar a proposta até dia 29 deste mês, acrescentou.

O sindicalista explicou que se até dia 29 deste mês Kenneth Norris apresentar a proposta haverá um novo plenário para os trabalhadores a avaliarem e decidirem se a aceitam ou rejeitam e o que irão fazer a seguir.

Caso contrário, se Kenneth Norris não apresentar a proposta até dia 29 deste mês, não haverá novo plenário, porque "o STIM já está mandatado pelos trabalhadores para avançar com um pré-aviso de nova greve".

O conflito laboral entre a Somincor e os trabalhadores já provocou três greves na empresa, que decorreram entre os passados meses de outubro e dezembro e levaram a paragens na extração e na produção de minério na mina de Neves-Corvo.

Os trabalhadores reivindicam o fim do regime de laboração contínua no fundo da mina, a "humanização" dos horários de trabalho, a antecipação da idade da reforma para os funcionários das lavarias, a progressão nas carreiras, a revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o "fim da pressão e da repressão sobre os trabalhadores".

Kenneth Norris foi nomeado administrador-delegado da Somincor pelo grupo Lundin Mining, dono da empresa, na passada segunda-feira e na sequência do pedido de demissão apresentado no dia 03 deste mês pelo então presidente do conselho de administração, Michael James Welch.

Jacinto Anacleto disse que "a Somincor, num comunicado enviado ao STIM, não revela quais foram os motivos que levaram à demissão" de Michael James Welch.

No entanto, disse, "o STIM não vê outro motivo para a demissão que não seja o conflito laboral que provocou as três greves de trabalhadores que ocorrem na empresa".

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