Júlio Dias estava no centro recreativo de Vila Nova da Rainha, no sábado à noite, quando um incêndio deflagrou no primeiro andar onde decorria um torneio de sueca, famoso jogo de cartas entre os mais velhos.
Aos jornalistas, o homem explicou que não se encontrava na sala onde tudo aconteceu, mas sim no rés-do-chão onde estava a “ver o futebol”.
“Não nos apercebemos de nada. Só me apercebi quando vi pessoas a gritarem que havia fogo”, recordou, acrescentando que “só saíram duas ou três pessoas”.
Quando as pessoas que estavam no andar de baixo tentaram ajudar depararam-se com uma dificuldade: “não conseguíamos abrir a porta”.
Júlio Dias explicou então que as pessoas “caíram nas escadas” junto à porta de saída. “Estavam empilhadas umas em cima das outras [por isso] tivemos de arrombar a porta”, disse.
Das oito vítimas mortais, Júlio conhecia quatro, uma era, aliás, seu primo. Os outros “conhecia-os de vista”.
Por se tratar de um famoso torneio naquela zona, muitos dos participantes eram de aldeias vizinhas, mas a maioria das vítimas residia em Vila Nova da Rainha.
Recorde-se que os feridos foram transferidos para os hospitais de Tondela, Viseu e Coimbra, tendo havido depois algumas transferências para Lisboa e Porto.