A SIC vai suspender a emissão do próximo episódio de ‘Supernanny’, cuja exibição estava agendada para este domingo, avança o jornal Expresso, que cita fonte da estação de Carnaxide.

A decisão surge na sequência de “um despacho do Tribunal de Lisboa Oeste, com data desta sexta-feira”, segundo o qual a “magistrada Cláudia David Alves decidiu, provisoriamente, determinar que a SIC pudesse emitir o terceiro episódio com a condição de utilizar "filtros de imagem e de voz, quer dos menores, quer dos seus progenitores, quer de quaisquer outras pessoas que intervenham ou participem no programa e que, por vínculo familiar ou com os menores, permitam identificá-los".

Porém, de acordo com a SIC, esta imposição é “algo que tecnicamente inviabiliza a transmissão do programa”.

Esta decisão, recorde-se, surge na sequência do pedido por parte do Ministério Público, que solicitou ao tribunal uma "decisão urgente" relativamente à transmissão do próximo episódio. 

Em comunicado enviado à agência Lusa, a SIC "confirma a receção de uma decisão do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, que inviabiliza a exibição do terceiro episódio do programa 'SuperNanny'".

A empresa refere ainda que "as restrições impostas equivalem, na prática, a alterações substanciais do formato original, tal como foi transmitido em mais de vinte países".

Em comunicado, a SIC adianta que irá juridicamente demonstrar a validade dos seus argumentos sobre a importância do programa, assim como "a defesa daquilo que acredita ser a liberdade de programação das estações de televisão".

No comunicado de imprensa, a SIC pede desculpa "aos telespetadores que acompanharam o 'SuperNanny' e que reconhecem a sua importância enquanto formato pedagógico e educativo".

"O programa, que é exibido em países como o Reino Unido ou a Suécia, em canais como a Channel 4 ou a TF1, teve sempre o objetivo de auxiliar pais e educadores a melhorarem a relação com os seus filhos, ajudando a estabelecer regras e limites, criando assim uma dinâmica familiar mais saudável", explica.

A empresa defende que o programa "tem o mérito de estimular em Portugal um amplo debate público sobre as questões da parentalidade" e que esta discussão é cada vez mais atual, numa altura em que as fotografias e vídeos, incluindo de crianças e jovens, são partilhadas à velocidade de um "post" numa rede social.

"A SIC continuará a defender os seus interesses e os dos seus telespetadores e irá juridicamente demonstrar a validade dos seus argumentos, bem como a defesa daquilo que acredita ser a liberdade de programação das estações de televisão", acrescenta.