Quando se pensa em Carnaval com tudo a que tem direito, pensa-se logo no Carnaval brasileiro. Mas se os bilhetes de avião são caros, para estas sugestões não vai ter de ir longe para tirar o pé do chão.

O Notícias ao Minuto foi tentar descobrir como é que os brasileiros que vivem no nosso país celebram essa sua época sagrada que é o Carnaval e descobrimos desfiles, festas e muita música, tudo aqui mesmo no centro da capital portuguesa.

Deste sábado até à próxima terça-feira de Carnaval, os sons brasileiros vão invadir Lisboa. Mouraria, Alfama, Príncipe Real, Fábrica de Braço de Prata ou Village Underground são alguns dos pontos chave se se quiser juntar à festa, de quem quis trazer um bocadinho de casa para o nosso país.

Logo neste sábado, dia 10 de fevereiro, há três paragens para mexer o corpo e combater a vaga de frio que aí está.

O bloco de Carnaval Colombina Clandestina, que já alegrou Alfama no ano passado, promete ainda mais alegria para este ano e marca o ponto de encontro para a frente do Panteão Nacional , sendo que começará a descer as ruas “em alegre cortejo” a partir das 15h00.

"O Colombina Clandestina é um bloco de Carnaval de rua. Uma manifestação cultural, sem fins lucrativos, que cresce com a colaboração voluntária dos (muitos outros) apaixonados pelo Carnaval", e é também como nos contam as organizadoras, Andréa Freire, Daniele Simões e Laura Lara, "um presente em forma de cortejo. Um grito de união no meio do inverno, que pretende celebrar a liberdade de viver a rua e sentir a música".

O bloco foi criado pela "paixão pelas cores, cenários e pluralismo cultural de Alfama, misturada com a saudade do lúdico e tradicional Carnaval de rua".

E como tudo o que é bom obriga a escolhas difíceis, no mesmo dia à mesma hora, há o ensaio aberto da Orquestra Batucaria, na Bem Formosa Praça (na rua do Benformoso, na Mouraria). Esta Orquestra é em ponto pequeno, mas faz barulho como gente grande. Marcada por ritmos musicais da cultura afro-brasileira, nomeadamente "côco de roda, ciranda e Maracatu", incentiva as crianças e jovens do bairro da Mouraria a aprender sobre a inclusão, a cultura e as tradições, enquanto os ensina a tocar instrumentos.

Para a noite, pelas 22h30, a Fábrica de Braço de Prata recebe o Carnaforró, organizado pelo Projeto Forró de Lampião, que conta com um baile mascarado e que promete prémios para a melhor fantasia.

No dia 11, a animação continua. O bloco Bué Tolo vai sair para a rua, pelas 12h00, perto da Ribeira das Naus, no Cais do Sodré, e vai desfilar à beira Tejo até à Praça do Comércio. A iniciativa pretende ser uma "homenagem ao bloco tradicional do Rio de Janeiro, chamado Boi Tolo, que arrasta uma multidão todos os anos no Rio", conta-nos o organizador Leonardo Mesquita.

"A ideia surgiu da necessidade de aproveitarmos o Carnaval em terras além-mar por conta de cada vez mais sentirmos a necessidade de curtir aquilo que gostávamos no Brasil", explica, acrescentando que "o grupo é formado na sua maioria por cariocas, que se sentem saudosos dos momentos mágicos do Carnaval de rua".

E o projeto começou mesmo do pé para a mão, "um veio com a ideia do nome, outro tinha instrumentos, a malta foi chegando, todos se ajudando e de repente, aconteceu". Leonardo promete ainda a quem resolver ir espreitar este grupo "muita alegria, diversão, calor humano, mesmo no frio e acima de tudo, muita paz e diversidade".

Com encontro marcado na Praça do Príncipe Real está outro bloco, este de Maracatu. O Baque do Tejo vai percorrer as ruas do Bairro Alto a partir das 16h00. “Vista a sua fantasia traga a sua alegria e venha carnavalizar com tambores do Baque do Tejo”, apela-se.

O final do dia é na Casa do Brasil de Lisboa, com o Tupinambloco de Carnaval onde vai haver uma grande festa carnavalesca e onde Bué Tolo e Baque do Tejo se juntam. A entrada é livre e começa às 20h00.

O dia 13 não vai ser de azar, mas sim de terça-feira de Carnaval no Village. Entre serpentinas, brilhantes e percussão afro-brasileira, o Village Underground vai ser invadido pelo espírito brasileiro a partir das 15h00. Os blocos Colombina Clandestina e o Baque do Tejo prometem juntar-se para trazer a folia. Entre contentores coloridos, a energia vai ser contagiante e multicultural, com 20 músicos e os seus tambores.