Entidade reguladora da água pede esclarecimentos à Força Aérea Portuguesa
A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA) revelou hoje que vai solicitar esclarecimentos ao comando da Base Aérea n.º 4, nas Lajes, sobre a qualidade da água fornecida ao Bairro de Santa Rita.
© Reuters
País Lajes
A medida surge na sequência de uma notícia do jornal Expresso citando um relatório da Força Aérea norte-americana, que deteta valores de produtos químicos e metais pesados acima dos limites permitidos na água fornecida na base das Lajes.
O jornal revela ainda emails da Força Aérea Portuguesa (FAP) a recomendar que os militares e os funcionários portugueses da base das Lajes não consumissem água sem a ferver, por se encontrar "imprópria para consumo".
Segundo a ERSARA, a rede de abastecimento de água que serve a Base Aérea n.º 4 é uma "rede privativa", independente da rede pública, por isso "a responsabilidade pela sua gestão e pela monitorização da qualidade da respetiva água recai sobre as autoridades militares, nacionais ou estrangeiras", e as entidades que gerem a rede pública "não têm qualquer competência ou jurisdição" nesta matéria.
No entanto, essa rede continua a abastecer o Bairro de Santa Rita, construído na década de 1950 pela Força Aérea norte-americana, junto à base das Lajes, cujas casas foram vendidas a civis, por isso, a entidade decidiu pedir esclarecimentos à FAP.
"Tendo em conta a notícia publicada e a situação particular de abastecimento de água ao Bairro de Santa Rita, na Praia da Vitória, a ERSARA solicitará ainda hoje e com caráter de urgência informações ao comando da Base Aérea n.º 4, Lajes, sobre as medidas tomadas ou a tomar por essa entidade para salvaguarda das condições de fornecimento dessa água", revelou, numa nota do Gabinete de Apoio à Comunicação Social do Governo Regional.
A Força Aérea norte-americana identificou em 2005 a contaminação de solos e aquíferos na ilha Terceira, provocada pela atividade militar na base das Lajes, o que foi confirmado, em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que detetou 41 locais contaminados.
No entanto, o município da Praia da Vitória, a ERSARA e o LNEC, que monitoriza a contaminação, sempre asseguraram que a água para consumo humano não teve contaminação.
"A água da rede pública de abastecimento ao concelho da Praia da Vitória está conforme os parâmetros que legalmente a consideram como própria e adequada para consumo humano", reafirmou hoje a ERSARA.
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