A marcha vai partir da praça Luís de Camões e dirigir-se à Assembleia da República pela calçada do Combro, estando previstas intervenções dos organizadores e atuações musicais no largo de S. Bento.
Esta iniciativa é organizada por uma plataforma que congrega 32 das principais organizações portuguesas de ambiente e de defesa do património, nacionais e locais, movimentos cívicos, autarcas e partidos políticos.
O ponto de partida desta manifestação foi a posição comum tomada em Loulé, a 22 de fevereiro, e subscrita por várias organizações, todas as associações empresariais do Algarve, a Região de Turismo, académicos e personalidades de vários quadrantes, assim como pela maioria dos presidentes de câmara do Algarve e do Sudoeste Alentejano, refere uma informação hoje divulgada.
O protesto visa a alteração da decisão de prolongar até final de 2018 o contrato de prospeção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo do consórcio internacional ENI/Galp em três concessões no oceano Atlântico, que incluem a realização de um furo de prospeção, em águas profundas, a cerca de 46 quilómetros de Aljezur.
"Esta decisão foi tomada pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, a 08 de janeiro deste ano e contraria a resolução anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa, na conferência do Clima das Nações Unidas (COP22), em Marraquexe, em novembro de 2016", de fazer evoluir a economia nacional para chegar a um modelo neutro em carbono até 2050, refere a informação.
Para os organizadores The Climate Reality Project em Portugal, a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, a Tamera - Centro de Educação e Pesquisa para a Paz, a Climáximo e a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), "efetivamente, o Estado português cedeu perante as petrolíferas, sucumbindo à força de uma agenda poderosa".
"Vastas zonas costeiras e partes do território terrestre estão hoje infelizmente adjudicados a diversos consórcios que pretendem explorar petróleo e gás, à luz de uma lei com mais de 20 anos, em que se incentivava quem quisesse vir explorar hidrocarbonetos em Portugal, numa altura em que o país ainda não tinha despertado para a gravidade do aquecimento global", acrescentam as associações.
Recordam que, em 2016, durante a consulta pública, mais de 42 mil cidadãos manifestaram-se contra e apenas quatro a favor da concessão da ENI/Galp para perfurar o fundo oceânico ao largo de Aljezur, que também foi recusada pelos municípios do Algarve e Sudoeste Alentejano.
Os argumentos para a recusa da prospeção de petróleo na costa algarvia relacionam-se com o facto de "comprometer irremediavelmente a imagem internacional da região" e implicar riscos para toda a faixa costeira, ameaçando a riqueza ambiental e ecológica, nomeadamente os 'stocks' de peixe, colocando em causa as principais atividades económicas, como o turismo e a pesca.
As associações recordam que está a decorrer até segunda-feira uma consulta pública para decidir se o projeto de sondagem de petróleo ao largo de Aljezur deve ser submetido a procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA).