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Possível "crime de abuso de poder" na origem das buscas à RTP

O DIAP de Évora clarificou o motivo que levou a buscas na sede da televisão pública e revelou ainda que também as instalações das Águas de Santarém foram alvo de investigação. Já a RTP ressalva não terem sido constituídos arguidos.

Possível "crime de abuso de poder" na origem das buscas à RTP
Notícias ao Minuto

08:30 - 18/04/18 por Tiago Miguel Simões

País DIAP

No decorrer do dia de ontem, oito inspetores do Ministério Público do DIAP de Évora realizaram buscas na sede da RTP, em Lisboa, tendo, a esse propósito, o DIAP de Évora deixado uma nota no seu site que clarifica os termos da investigação em curso.

“No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP de Évora foram realizadas diligências de busca e apreensão de elementos de prova em Lisboa, nas instalações da RTP, diligência presidida pelo juiz de instrução...", é confirmado, acrescentando-se que também foram realizadas buscas “em Santarém, nos serviços de empresa municipal Águas de Santarém”.

Pese embora a investigação tenha Francisco Moita Flores no como um dos protagonistas, sendo, de resto, o próprio a admiti-lo, o Ministério Público nunca menciona o seu nome. “Investigam-se naquele inquérito as circunstâncias em que uma empresa municipal efetuou o pagamento de duas faturas relativas aos custos associados a gravação de um programa de informação da RTP em que era comentador residente remunerado um administrador da empresa municipal referida. De acordo com a denúncia apresentada e os elementos de prova já recolhidos, os factos terão ocorrido em 2012”, pode ler-se, concretizando-se que pode estar em causa “verificação do crime de abuso de poder”. Contudo, para já não existem arguidos.

Também a estação pública de televisão se pronunciou sobre a investigação. “A RTP confirma que o Juízo de Instrução Criminal de Évora mandou realizar buscas e apreensões na sede da empresa. A investigação reporta a factos de 2012 e encontra-se relacionada com a empresa municipal, Águas de Santarém, e com o programa da RTP Justiça Cega”, é feito saber num comunicado enviado às redações, dando ainda conta de que o canal do Estado está “a colaborar com as autoridades e aguarda serenamente o decorrer da investigação”.

A RTP ressalva ainda que nenhum trabalhador da empresa foi constituído arguido. 

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