Português faz descoberta "importante" sobre bactéria que causa pneumonia
Investigadores descobriram razão pela qual a bactéria da pneumonia aparecer no sangue tornando-se indetetável, numa primeira fase, mas proliferando, mais tarde, de forma abrupta. Novos dados podem ajudar a tornar os tratamentos mais eficazes.
© Vítor Fernandes
País UALg
Vítor Fernandes, investigador do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve (UAlg), está entre a equipa que descobriu como se esconde a bactéria causadora da pneumonia antes de atacar letalmente o organismo humano, provocando septicemia.
Através de um comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o centro de investigação refere que o investigador publicou, na revista Nature Microbiology, em conjunto com outros investigadores das universidades de Leicester, Dundee, Nottingham e Oxford, os resultados do que a comunidade científica diz ser uma “importante investigação” na área da pneumonia.
Segundo o Centro de Investigação, o trabalho em causa “traz a público relevantes descobertas acerca do mecanismo responsável pela proliferação da infeção bacteriana causadora da pneumonia, bem como do envenenamento do sangue (septicemia) que dela advém”. Além disso, revela ainda “dados inéditos sobre aquela que está entre as principais causas de morte associadas à doença”.
Assim, os investigadores descobriram qual a razão para a bactéria causadora da pneumonia, denominada por Streptococcus pneumoniae, aparecer no sangue, tornando-se indetetável numa fase inicial - a chamada “fase eclipse”- mas, proliferando, no entanto, mais tarde, de forma abrupta e mortífera.
E a razão é a seguinte: Se o que já sabíamos era que a bactéria, após ser filtrada pelo baço, encontrava, no interior deste órgão, células que iam tentar destruí-la, o que não sabíamos era que existe, nesta fase, um ‘tendão de Aquiles' – o chamado macrófago metalofílico - uma célula de defesa do organismo da qual a bactéria se vai aproveitar para ganhar vantagem em relação ao nosso sistema imunitário.
Os investigadores descobriram que, embora este macrófago consiga engolir a bactéria, não tem capacidade para a destruir, e, por esse motivo, permite a esta última sobreviver, sem ser detectada no sangue, em “estado de eclipse”, oferecendo, durante este tempo, a falsa ilusão de que foi eliminada, mas multiplicando-se, todavia, no interior da célula, até invadir o nosso organismo de forma abrupta e mortífera, explica o Centro de Investigação.
Para a comunidade científica, estes novos dados permitem “compreender melhor todo o processo”, de modo a ajudar a tornar os atuais tratamentos mais eficazes e, inclusive, levar ao desenvolvimento de novos métodos terapêuticos.
De referir que, se até aqui, não havia conhecimento de que a bactéria atuava dentro da própria célula, sendo usados, sobretudo, antibióticos extracelulares, os médicos têm agora em mãos nova informação que lhes permitirá um melhor ajuste à situação, prescrevendo medicamentos mais eficazes e direcionados para este tipo de infeções bacterianas.
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