No debate quinzenal de hoje, a coordenadora do BE, Catarina Martins, também trouxe o caso do ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, em relação ao pedido de escusa de matérias relativas ao setor elétrico, depois da Oferta Pública de Aquisição lançada pela China Three Gorges à EDP.
"A pergunta que lhe tinha para fazer, até porque temos novo Orçamento do Estado para preparar e como sabe, para o BE, esta é uma matéria importante, é se o ministro Pedro Siza Vieira teve papel na decisão do Governo de pedir ao PS para mudar o seu voto na contribuição das renováveis no Orçamento do Estado", perguntou.
Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa não se alongou em comentários, dizendo apenas: "não, não teve qualquer interferência".
Na opinião da líder bloquista, essa votação do PS no Orçamento do Estado para 2018 está "ainda pouco explicada".
"Houve um compromisso de se baixar o preço da energia em Portugal. É um dossiê que ainda está em aberto. O BE quer voltar a ele e para memória futura gostaríamos de saber se o ministro Pedro Siza Vieira teve interferência nesse dossiê", inquiriu.
Em novembro do ano passado, depois da proposta do BE para alargar aos produtores de energias renováveis a Contribuição Extraordinária sobre o setor elétrico ter sido inicialmente aprovada, o PS avocou-a, tendo depois sido chumbada.
Na sua intervenção de encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2018, a deputada do BE - então líder parlamentar em substituição - Mariana Mortágua condenou o "volte face" e a "deslealdade" do PS quanto à contribuição sobre as renováveis, acusando os socialistas de cederem perante o "poder das elétricas".