Eutanásia: Bloco deixa "palavra de confiança" a deputados do PSD
Lisboa, 29 mai (Lusa) -- O deputado do BE José Manuel Pureza transmitiu hoje uma "palavra de confiança" aos deputados do PSD que pretendem votar a favor da despenalização da eutanásia, lembrando a matriz liberal e humanista dos sociais-democratas.
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Política José Manuel Pureza
Depois da sua intervenção sobre o projeto de lei do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza respondeu a questões de dois deputados, sobretudo a dúvidas manifestadas pela deputada do PSD Rubina Berardo.
"Quero deixar uma palavra de muita confiança àqueles que na bancada do PSD saberão interpretar a matriz liberal e humanista que ajudou a fundar o seu partido", afirmou o deputado do Bloco, que tem sido no partido a principal voz pela despenalização da morte medicamente assistida.
A deputada do PSD Rubina Berardo lembrou que "o humanismo não é monopólio de ninguém" e que "minorar o sofrimento é um objetivo" de todos.
A social-democrata perguntou a José Manuel Pureza como é que seria determinado o sofrimento nos processos de eutanásia: "como pretendem os legisladores medir o sofrimento de outrem".
José Manuel Pureza respondeu que há que "confiar na capacidade de médicos e profissionais de saúde" para avaliarem a verificação dos requisitos previstos nos projetos de lei, sublinhando que a decisão não é transferida para terceiros.
"A decisão é sempre e só da pessoa que está em situação de doença incurável e de sofrimento", disse.
Pelo PS, Alexandre Quintanilha considerou insultuosa a ideia que tem sido propagada por alguns de que a morte medicamente assistida "seria uma forma grosseira de poupar dinheiro ao Estado".
O deputado do PS também lembrou os argumentos da "rampa deslizante", indicando que já na despenalização do consumo de drogas e na despenalização da interrupção da gravidez estes argumentos eram invocados sem que tivessem tido verificação na realidade.
Alexandre Quintanilha lembra ainda que os próprios profissionais de saúde estão divididos quanto à despenalização da eutanásia, considerando que isso mostra que "a ética não é monolítica".
"Ninguém se arroga o direito de definir o que é a verdadeira compaixão", concluiu Alexandre Quintanilha.
A Assembleia da República está hoje a discutir os projetos de lei do PAN, BE, PS e PEV sobre a despenalização da morte medicamente assistida, sendo que a votação será feita deputado a deputado e tem ainda resultado imprevisível.
Todos os diplomas preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo necessário confirmar várias vezes essa vontade.
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