"Aquele partido e aquela maioria, que tantas vezes falam no Serviço Nacional de Saúde, arriscam-se, se o senhor não puser um travão - e a responsabilidade é sua -, às cativações Centeno, a ser o carrasco do Serviço Nacional de Saúde e ficar para a história com esse epíteto, senhor primeiro-ministro", defendeu Nuno Magalhães.
No debate do estado da nação, no parlamento, os centristas começaram por atacar a ausência de investimento público, designadamente na saúde e educação, e o aumento do imposto sobre combustíveis.
Na réplica, o primeiro-ministro insistiu em dados da saúde que já havia mencionado na sua intervenção inicial, como o aumento de cirurgias, mais 19 mil, ou a diminuição do número de portugueses sem médico de família, que, declarou, passou de 14 para 7%.
Para o CDS, hoje discute-se "o estado de uma nação cativa das cativações de Mário Centeno e da austeridade cada vez mais mal disfarçada desta maioria" e um "Governo que me vez de governar, governa-se, em vez de decidir adia, em vez de resolver os problemas dos portugueses, vai tentando resolver os seus problemas".
Nuno Magalhães defendeu que Portugal é hoje "uma nação que vive numa dupla austeridade, e sem 'troika', onde se cobra taxas e taxinhas e que tem a maior carga fiscal desde que há registo, 34, 7% do PIB, 67 mil milhões de euros em impostos e contribuições sociais só no ano passado".
"Uma nação com cativações que encerram transportes, fecha escolas porque não há auxiliares, adia exames porque não há professores, fecha esquadras para ter o mínimo de polícias na rua e que, na saúde, vive uma situação de verdadeira rutura, em que o estado da nação do seu Governo é um estado de negação", defendeu.
O primeiro-ministro ironizou falando da "extraordinária conversão do CDS" ao investimento público, disse que há três anos o que movia os centristas era o medo do "socratismo" despesista e sublinhou que é o crescimento económico e, sobretudo, o aumento do emprego, que explicam a maior arrecadação fiscal e de contribuições para a Segurança Social.
"Os novos 300 mil postos de trabalho significam um aumento muito significativo de contribuições para a Segurança Social e é isso também que explica o aumento da carga fiscal. Há uma maior base contributiva, há mais pessoas empregadas e isso é um bom sinal", sustentou.
"Ou prefere que haja mais desempregados e menor carga fiscal?", questionou o primeiro-ministro.