"Perdi as eleições com Sócrates, mas evitei que o governo dele caísse"
Manuela Ferreira Leite comentou, esta quinta-feira, a entrevista dada por Rui Rio na terça-feira, focando a sua análise na questão do bloco central e recordando os tempos conturbados que viveu à frente dos desígnios do Partido Social-Democrata.
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Política Ferreira Leite
A antiga ministra das Finanças saiu em defesa de Rui Rio explicando que a ideia do bloco central é mais do que interesses partidários e que o facto de o líder do PSD ter afirmado que apoiará o PS quando tal se revelar necessário é sinónimo de preocupação com o país.
“A ideia que se lhe quer colocar pelo facto de ter apoiado e apoiar o PS sempre que seja necessário em nome do país em nada tem a ver com o bloco central”, começou por dizer na antena da TVI24, acrescentando que mais importante que os “interesses partidários” é “colocar o país à frente dos interesses dos partidos”.
E neste assunto falou com base na sua própria experiência, recordando quando disputou e perdeu as eleições com José Sócrates em 2005. “Depois de ter perdido as eleições com o engenheiro José Sócrates eu evitei que o governo dele caísse em nome do interesse nacional”, garantiu, explicando que “se naquele momento tem caído o governo então tínhamos tido uma situação bem pior do que a da Grécia”.
Nesta senda, Ferreira Leite recordou também que naquela fase difícil não pôde contar com o apoio do PSD e que, “praticamente sozinha, contra todo o partido, contra a direção do grupo parlamentar, não permiti que se deitasse o governo de Sócrates abaixo”.
Porquê? “Porque era do interesse do país e não era nenhum bloco central. Mas algum dia me passou pela cabeça fazer um bloco central com o PS daquela altura?”, questionou, colocando na pergunta o tom que respondia à pergunta.
Por tudo isto, a comentadora considera que “não é por o PS ter feito uma coisa que não devia, que foi ter assumido o poder depois de ter perdido as eleições, que o país pode ficar à deriva por o PSD não dar nenhum apoio ao PS caso esteja em causa o interesse nacional”.
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