Fundos desviados? Governo faz "brilharete com dinheiro dos outros"
A líder do CDS diz que o Governo "deve dar explicações ao país sobre esta matéria”. "O que me parece é que o Governo gosta de fazer brilharete com o dinheiro dos outros", comenta Assunção Cristas.
© Blas Manuel/Notícias ao Minuto
Política Assunção Cristas
O CDS pede a presença urgente de Pedro Siza Vieira, ministro Adjunto de Portugal, no Parlamento. Em causa está o facto de, alegadamente, o “Governo ter ficado com metade do dinheiro enviado por Bruxelas” que deveria ter sido canalizado para ajudar as vítimas dos incêndios de 2017, como indica o jornal i na sua edição impressa desta terça-feira.
Segundo adianta a edição impressa aquele meio de comunicação, dos 50 milhões do Fundo Solidário Europeu, só vão chegar 24 milhões aos concelhos que arderam em outubro. “Pedrógão fica de fora”, acrescenta, justificando que “26 milhões ficam para instituições do Estado”.
Ora, em declarações aos jornalistas esta terça-feira, Assunção Cristas diz que o “Governo deve dar explicações ao país sobre esta matéria”.
Para a dirigente nacional do CDS, Siza Vieira deve explicar, no Parlamento, a situação, esclarecendo o “aproveitamento, desaproveitamento ou abuso no uso dos fundos".
"Creio que é preciso chamar, no limite, todo o Governo para dar respostas claras. Mas aguardamos a ida de Siza Vieira e também do ministro do Planeamento [Pedro Marques], uma vez que está em causa o próprio uso de fundo e de verbas europeias”, concretiza Assunção Cristas.
"O que me parece é que o Governo gosta de fazer brilharete com o dinheiro dos outros. Ou é com o dinheiro da solidariedade dos portugueses, ou é com o dinheiro que vem de Bruxelas e que serve para pagar as suas próprias contas, pelas quais deveria ser responsável", afirmou Assunção Cristas quando questionada sobre esta notícia.
Para a centrista, o "dinheiro do Orçamento do Estado é sempre o último a entrar em todas estas contas, o que é um bocadinho estranho".
Assunção Cristas vincou que "não há aqui uma resposta clara até agora por parte do Governo", e por isso defendeu que "é preciso chamar, no limite, todo o Governo e o senhor primeiro-ministro à colação, para dar respostas claras sobre esta matéria".
"Faremos esse pedido de explicações no parlamento e certamente também junto do primeiro-ministro", anunciou.
Assim, o CDS-PP quer saber "como é que o dinheiro pode chegar efetivamente às pessoas que dele precisam", uma vez que para o partido é "certo que obviamente estes custos adicionais que houve para o próprio Estado têm de ser ressarcidos em primeira linha com certeza com o Orçamento do Estado, é para isso que ele existe".
"Há de facto uma incapaz ação do Governo de fiscalizar e de garantir até agora que todas as verbas são devidamente aplicadas", criticou Assunção Cristas, advogando que existem "vários níveis de financiamento, também vários níveis de aplicação do dinheiro e todos eles têm de ser devidamente escrutinados, com certeza pelo Governo".
Quanto a eventuais consequências políticas que advenham deste caso, a líder do CDS-PP remeteu essas elações para depois: "isso é o que vamos ver depois de saber se há respostas ou não".
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