PSD admite chamar Costa ao Parlamento devido ao caso Tancos
O PSD admitiu hoje pedir a audição do primeiro-ministro, António Costa, na comissão parlamentar de Defesa Nacional sobre o caso do furto de material militar de Tancos para esclarecer se o Governo mentiu aos portugueses
© Lusa
Política Audições
A hipótese foi colocada pelo deputado do PSD Bruno Vitorino durante a audição do ministro Azeredo Lopes na comissão parlamentar de Defesa Nacional, sobre o roubo de material militar de Tancos, em junho de 2017, e as discrepâncias nas declarações de responsáveis governamentais e do Exército sobre o armamento recuperado quatro meses depois.
"O senhor ministro mentiu aos portugueses ou mentiram-lhe a si?", questionou Bruno Vitorino, adaptando depois a mesma pergunta para António Costa: "O senhor primeiro-ministro mentiu aos portugueses ou mentiram-lhe?"
Tendo em conta as respostas que obtiver, acrescentou, o grupo parlamentar social-democrata "reserva-se o direito de requerer a audição do primeiro-ministro" na comissão parlamentar de Defesa Nacional para se saber porque "não disse a verdade".
Na audição parlamentar, o ministro criticou o PSD pela "falta de decoro" e insistiu nas críticas ao líder social-democrata, Rui Rio, que no fim de semana defendeu que o país tem de exigir ao Ministério Público (MP) que rapidamente faça a "acusação correta" no caso de Tancos, considerando o Governo "incapaz de dar mais respostas" sobre o caso.
O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e grande quantidade de munições.
Em 18 de outubro passado, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção das munições de 9 milímetros.
Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.
Citando partes do inquérito do MP relativos à investigação judicial ao furto de Tancos, o jornal Expresso referia, em 14 de julho, que, além das munições de 9 milímetros, há mais material em falta entre o que foi recuperado na Chamusca, como granadas de gás lacrimogéneo, uma granada de mão ofensiva e cargas lineares de corte.
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