Oposição na Câmara do Porto critica "degradação" na recolha de lixo
A oposição PS e PSD na Câmara do Porto criticam a "degradação" da recolha de lixo na cidade e a CDU defende que a Empresa Municipal (EM) do Ambiente precisa de "mais trabalhadores e equipamentos" para resolver o problema.
© Global Imagens
Política Discussão
Em resposta ao pedido da Lusa para fazer um retrato sobre o tratamento do lixo no concelho, Manuel Pizarro, vereador socialista, lamentou ter votado a favor da criação da EM Porto Ambiente, que atualmente assegura a recolha de resíduos urbanos e limpeza do espaço público, e alerta que o excesso de lixo nos contentores ou de falta deles "não são episódicos ou pontuais", são "estruturais".
Álvaro Almeida, único eleito pelo PSD no executivo, afirmou que "a recolha tem vindo a degradar-se a ritmos acentuados", consequência do "erro político" da criação da EM, ao passo que a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, diz que uma resposta "mais eficaz e suficiente não se resolve sem mais trabalhadores e equipamentos".
Num primeiro momento, questionada pela Lusa sobre a avaliação feita ao serviço e o ponto de situação da internalização de serviços na EM, que o presidente da câmara disse estar em curso até outubro, a autarquia indicou que "as questões colocadas já tiveram resposta em reuniões de executivo e Assembleias Municipais".
A Lusa contactou a Câmara do Porto, liderada pela maioria do independente Rui Moreira, sobre as críticas da oposição, mas não obteve resposta até ao momento.
Para Manuel Pizarro, um dos quatro eleitos socialistas na autarquia, "os serviços municipais funcionavam melhor do que a EM".
"Temos recebido muitas queixas, de falta de contentores, ou de contentores cheios, por exemplo, e a câmara mostra uma enorme indiferença e incapacidade para resolver os problemas", alertou.
Pizarro lembra que "foi decidido criar a EM em abril de 2017, na altura com o voto favorável do PS, e a expectativa era de um enorme reforço de meios e capacidade de resposta, até por causa da pressão turística".
"Depois, a câmara decidiu anular o concurso público para a limpeza das ruas e recolha do lixo indiferenciado e é também devido a esta decisão que não tem capacidade para dar resposta ao problema", descreve.
Para o socialista, não está em causa algo "episódico ou pontual", pois "questões pontuais que se repetem todos os dias em vários sítios da cidade são um problema estrutural de incapacidade".
Pizarro acusa ainda a autarquia de "uma certa indiferença em relação aos problemas da cidade"
"Seja o problema do lixo, da dificuldade de acesso à habitação, da excessiva pressão turística ou da densidade construtiva, para a Câmara é tudo invenção da oposição ou conspiração", observou.
Pizarro defende ainda que "vale a pena estudar se, em algumas zonas, não seria de entregar algumas competências às juntas de freguesia", a exemplo do que acontece em Lisboa.
O vereador do PSD Álvaro Almeida diz que o "lixo fora dos locais de depósito" não se deve a falta de civismo, mas à irregularidade na recolha de resíduos
"A EM Ambiente foi um erro político que tem essa consequência", frisou.
Para Almeida, "a transferência da recolha para a EM é um erro, porque a longo prazo vai ser um pior serviço e mais caro".
Ilda Figueiredo, da CDU, diz que espera "uma resposta mais eficaz e suficiente ao problema", nomeadamente devido "ao aumento do turismo", sublinhando que tal não será alcançado sem "mais equipamentos e mais trabalhadores".
A vereadora assinala que a CDU tem "também alertado para a necessidade de lavagem dos contentores e das zonas onde há mais movimento e maior concentração de população".
"Esperamos que, em setembro, haja informação mais detalhada sobre o que está e o que vai ser feito", acrescentou.
Ilda Figueiredo sente que "o problema está a ter alguma resposta", mas "ainda não é suficiente".
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