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Demissão de Azeredo Lopes "é prematura para António Costa"

O social-democrata Carlos Abreu Amorim prevê que “a imensa trapalhada do caso Tancos” ainda vai dar muito que falar. "Isto não vai parar por aqui, nem para já", comentou.

Demissão de Azeredo Lopes "é prematura para António Costa"
Notícias ao Minuto

19:18 - 12/10/18 por Melissa Lopes

Política Carlos Abreu Amorim

Azeredo Lopes não resistiu à polémica em torno do caso do roubo das armas de Tancos, acabando por apresentar a demissão do cargo esta sexta-feira. Se até há pouco tempo o Governo defendia que a polémica não tinha leituras políticas, o caso mudou de figura quando o major Vasco Brazão, ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM) disse, em tribunal, que o ministro havia sido informado, no final do ano passado, do encobrimento na recuperação do material roubado.

Apesar de ter negado as acusações e de ter tido António Costa sempre a seu lado, a verdade é que a pressão para uma demissão crescia, sendo considerada já quase uma inevitabilidade.

Reagindo à demissão do ministro da Defesa, o social-democrata Carlos Abreu Amorim refere que Azeredo saiu do Governo “muito tarde”, porém, “a sua demissão é prematura para António Costa”.

É prematura para o primeiro-ministro, explica Amorim, porque “acontece antes de se esgotarem as possibilidades de Costa sofrer os efeitos negativos da imensa trapalhada do caso Tancos”. No seu entendimento, “isto não vai parar por aqui”, “nem para já”.

Na carta de demissão que enviou ao primeiro-ministro, sublinhe-se, Azeredo Lopes explicou que saía do Governo para evitar que as Forças Armadas sejam “desgastadas pelo ataque político” e pelas “acusações” de que disse estar a ser alvo por causa do processo de Tancos.

"Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela”, referiu Azeredo Lopes, na carta enviada ao primeiro-ministro e a que a agência Lusa teve acesso.

O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, “direto ou indireto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto”. 

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