Demissões dos ministros "foram todas a pedido dos próprios"
O primeiro-ministro António Costa fez saber, à margem da cerimónia da tomada de posse dos novos ministros, que esta segunda-feira teve lugar no Palácio de Belém, que foram os próprios antigos governantes a pedirem para sair do Governo.
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Política António Costa
António Costa falou com os jornalistas, esta segunda-feira, à saída da cerimónia de tomada de posse dos novos quatro ministros, no Palácio de Belém, em Lisboa, e confirmou que foram os próprios governantes demissionários a pedirem para sair do Governo.
"Foram todas [as demissões] a pedido dos próprios como consta do Decreto do Senhor Presidente da República", afirmou o chefe do Executivo.
António Costa referia-se à nota que foi divulgada no portal da Presidência da República na Internet, na qual se lê que: "O Presidente da República aceitou hoje [domingo] as propostas do primeiro-ministro de exoneração dos atuais ministros da Cultura, da Saúde e da Economia, a seu pedido, e dos ministros Adjunto e do Ambiente".
Questionado sobre se foi insatisfação dos agora ex-governantes a estar na origem da decisão, o primeiro-ministro garantiu que não. "Não se trata de insatisfação, trata-se naturalmente de estarmos num momento em que é importante dar uma dinâmica renovada e da avaliação do trabalho conjunto que fazemos. Estamos aqui numa nova fase e é necessário dar essa dinâmica para concluir o programa do Governo e preparar futuro", enfatizou.
Agradeço, muito reconhecido, a Azeredo Lopes, Luís Filipe Castro Mendes, Adalberto Campos Fernandes e Manuel Caldeira Cabral o espírito de missão e compromisso de serviço público com que exerceram as funções ministeriais que hoje cessam.
— António Costa (@antoniocostapm) 15 de outubro de 2018
O primeiro-ministro considerou ainda que, com a apresentação da proposta de Orçamento do Estado no Parlamento, encontrou-se o momento ideal para dar "uma dinâmica renovada" ao Governo, tendo em vista o cumprimento do seu programa.
"A proposta de Orçamento do Estado para 2019 que o Governo vai apresentar à Assembleia da República é momento para darmos uma dinâmica renovada à execução do Programa do Governo. Por outro lado, parece-me também oportuno proceder a duas alterações orgânicas que têm a ver com a ideia de dar uma nova centralidade à política económica no centro do Governo e de tratar o tema da transição energética como crucial para o futuro do ambiente", declarou António Costa.
Agradeço a João Gomes Cravinho e a Marta Temido a disponibilidade para servirem #Portugal como novos membros do @govpt. E a Pedro Siza Vieira, Graça Fonseca e João Matos Fernandes os novos desafios que decidiram aceitar. pic.twitter.com/pPWLgzpCcc
— António Costa (@antoniocostapm) 15 de outubro de 2018
Perante os jornalistas, o chefe do Governo referiu-se à decisão da agência de notação financeira Moodys de retirar a dívida portuguesa do nível de investimento especulativo - a única que ainda atribuía a Portugal esta classificação.
Após a tomada de posse dos novos ministros, e recorrendo à sua página na rede social Twitter, o primeiro-ministro publicou três tweets. Um de agradecimento aos ministros que hoje abandonaram o Governo, outro com uma palavra para os novos governantes por terem aceitado o desafio de "servir Portugal", e, um terceiro, para reforçar a garantia de que estas 'mexidas' no elenco do Executivo servem para "assegurar a continuidade, com dinâmica renovada, do programa do Governo".
As alterações na orgânica governativa asseguram a continuidade, com dinâmica renovada, da execução do Programa do @govpt e traduzem o reforço da política económica e a prioridade da transição energética na mitigação das alterações climáticas. pic.twitter.com/UaCNYrO7jI
— António Costa (@antoniocostapm) 15 de outubro de 2018
De acordo com António Costa, com a reclassificação da dívida portuguesa pela Moodys, gera-se "um momento de viragem em que é necessário dar uma nova centralidade à política económica sem prejuízo de se continuar a dar a devida atenção à política orçamental".
Depois, o líder do executivo referiu-se à questão ambiental para justificar a transferência da área da energia do Ministério da Economia para o Ministério do Ambiente.
"Temos de desenvolver as ações necessárias para mitigar os efeitos das alterações climáticas. O tema da transição energética tem de ser tratado como crucial para o futuro do ambiente e como um dos elementos centrais da política ambiental", alegou.
Com as mudanças agora introduzidas no seu Executivo, António Costa disse acreditar que "há ótimas condições para executar um Orçamento do Estado que é do Governo e, também, para completar a execução do Programa do Governo", acrescentou.
O primeiro-ministro, António Costa, chegou sozinho ao Palácio de Belém, pelas 10h50, dez minutos antes da cerimónia de posse dos quatro novos membros do seu executivo.
Um dado a registar foi o facto de o ministro cessante da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, e o novo titular da pasta, João Gomes Cravinho, terem chegado juntos ao Palácio de Belém, no mesmo carro, cerca de 25 minutos antes de começar a cerimónia de posse.
No domingo, o primeiro-ministro anunciou uma remodelação do seu Governo, mudando os ministros da Defesa, da Economia, da Saúde e da Cultura. Na pasta da Defesa, Azeredo Lopes foi substituído por João Gomes Cravinho; na Economia, saiu Manuel Caldeiro Cabral, passando a ocupar a pasta Pedro Siza Vieira; na Cultura, Luís Filipe Castro Mendes deixou o lugar, entrando Graça Fonseca; e na Saúde, Adalberto Campos Fernandes foi substituído por Marta Temido. João Matos Fernandes passou a tutelar a área da energia, antes no Ministério da Economia, tendo tomado posse como ministro do Ambiente e da Transição Energética.
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