CDS confirma voto contra orçamento por ser de "continuidade"
A líder do CDS-PP confirmou hoje que o partido vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2019 por ser de "continuidade", avisando que estará atenta "ao que vem escondido" entre as "medidas simpáticas" entretanto anunciadas.
© Blas Manuel
Política Assunção Cristas
"O voto contra do CDS é certo por aquilo que já sabemos e que foi confirmado pelo senhor ministro das Finanças na reunião que teve como o CDS. Nós aguardamos olhar com atenção, com a convicção que por ser um orçamento de continuidade com os orçamentos anteriores que, naturalmente, não merece a aprovação por parte do CDS porque temos uma visão alternativa em relação a está política orçamental", afirmou Assunção Cristas.
A líder centrista falava aos jornalistas em Braga, na Universidade do Minho, à margem da conferência "Mulheres no Direito e na Política: quais os desafios?".
No entanto, a presidente do CDS-PP afirmou ser preciso "olhar o Orçamento na sua globalidade" pelo que não coloca de parte a possibilidade de aprovar algumas das medidas inseridas no documento que irá orientar o país no próximo ano.
"É preciso olhar para o orçamento na sua globalidade, ver o que vem escondido de forma mais subtil nesse orçamento onde nós já percebemos que a continuidade vai ser a palavra-chave (...). Não quer dizer que em relação a cada uma das medidas em concreto o voto não seja diferente, de resto nunca temos um sentido de voto obrigatório", assinalou.
Assunção Cristas garantiu assim que o partido irá "ponderar cada medida", até porque, lembrou, "já se assistiu a medidas propostas pelo CDS serem chumbadas e medidas iguais propostas pelo PS a serem aprovadas".
"Naturalmente votamos a favor porque não fazemos discriminação da autoria das medidas, fazemos uma análise sobre a bondade das medidas", disse.
Questionada sobre a posse de novos quatro ministros (Economia, Saúde, Cultura e Defesa Nacional) no dia em que tem que ser entregue a proposta de Orçamento do Estado, Assunção Cristas referiu novamente que a remodelação feita por António Costa "revela a fragilidade deste Governo".
"É um Governo em fim de vida", disse, apontando que os novos membros do executivo "não significam nenhuma frescura".
"É um Governo que procura apresentar caras diferentes em áreas de maior desgaste, sobretudo com a Saúde à cabeça. É mau sinal nós sentirmos que sai o ministro da Saúde porque já não tem cara para continuar a dizer as mesmas coisas e a incumprir aquilo que tem dito deste o inicio (...) e por ventura o senhor primeiro-ministro terá sentido necessidade de encontrar outra pessoa que possa continuar a mesma narrativa, as mesmas promessas mas agora aqui com uma folga temporal até que elas sejam exigidas de uma forma mais exigente", apontou.
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