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Rio acusa Governo de estar a "enganar portugueses" com as reformas

Rui Rio defende que mais vale as pessoas trabalharem mais uns anos e terem, depois, uma vida melhor.

Rio acusa Governo de estar a "enganar portugueses" com as reformas
Notícias ao Minuto

18:50 - 18/10/18 por Melissa Lopes

Política PSD

O presidente do PSD acusou esta quinta-feira o Governo de estar a “enganar os portugueses” na questão das reformas antecipadas. “Porque ficam todos a pensar que a partir dos 60 anos, desde que tenha 40 anos de descontos, pode reformar-se sem penalizações e não é exatamente assim”, disse Rui Rio, em declarações aos jornalistas.

Por outro lado, quis alertar, “a questão das reformas e da Segurança Social é um assunto muito sério”, tomando uma posição: “Eu não embarco, seguramente, em medidas populares em que as pessoas podem ficar muito contentes com aquilo que se decide hoje e vir a ser penalizados no futuro”.

Rui Rio frisou que “não podemos estar a dar aquilo que não temos para dar” a uma pessoa que se reforma com 60 e poucos anos, podendo essa pessoa, com 70, ou 80 anos, “completamente indefesa” continuar com uma reforma sem qualquer atualização por não haver “meios financeiros para isso”. Num caso hipotético destes, sublinhou, “a pessoa é enganada”. E conclui: “Mais valia ter trabalhado mais uns anos e ter uma vida melhor depois”.

Reforçando a ideia de que é preciso ter “muito cuidado” e “apenas conferir às pessoas direitos de que estamos seguros que o país pode dar” e aquilo que no “futuro é sustentável”, Rio deixou uma promessa para o futuro sobre o que não fará. “Eu não embarcarei nunca em defender medidas imediatas e muito simpáticas, e que aparentemente fica toda a gente muito contente, porque não acho que isso seja sério do ponto de vista político”.

A proposta do Orçamento do Estado para 2019, conhecida esta semana, confirmou o fim do fator de sustentabilidade no próximo ano para os novos pensionistas que aos 60 anos de idade tenham pelo menos 40 anos de contribuições. 

"Esse regime [da reforma antecipada] vai ser alterado, ainda que possam existir processos de transição, no sentido de que o acesso será apenas para quem esteja sujeito às regras que eu disse, 60 anos [de idade] e 40 anos [de descontos]", afirmou Vieira da Silva aos jornalistas, esta quarta-feira, em conferência de imprensa, citado pela agência Lusa.

Isto significa que um trabalhador que aos 61 anos, com 40 anos de descontos, queira reformar-se antecipadamente será penalizado por isso. O mesmo se verifica no caso de uma pessoa com 64 anos e 43 de descontos para a Segurança Social, que não poderá reformar-se antecipadamente, mesmo que com cortes, uma vez que aos 60 só tinha 39 anos de carreira contributiva.

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