"Em primeiro lugar, é um momento de pesar e de enviar as condolências às famílias", começou por afirmar Jerónimo de Sousa à margem de uma sessão pública sobre direitos dos reformados, no centro de trabalho comunista Vitória, em Lisboa.
Além de dois mortos confirmados, o maquinista e o auxiliar de uma retroescavadora, há registo de três desaparecidos na zona acidentada, segundo as autoridades locais, os quais viajavam num automóvel e numa carrinha de caixa aberta e foram arrastados para dentro da pedreira quando passavam na estrada que ruiu.
"Em segundo lugar, existe a necessidade de apuramento de responsabilidades. Existem formas de monitorizar e fiscalizar não só a estrada, mas a obra, a exploração, que ali está e as condições em que se está a realizar", disse o secretário-geral do PCP.
Para Jerónimo de Sousa, "era fundamental que fosse assumido se houve ou não essa monitorização, essa fiscalização, que é da responsabilidade do Estado, não é deste ou daquele".
O deslizamento de um grande volume de terra na estrada entre Borba a Vila Viçosa, no distrito de Évora, provocou a deslocação de uma quantidade significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra para o interior de uma pedreira, pelas 15:45 de segunda-feira.
Segundo o comandante distrital de operações de socorro de Évora, José Ribeiro, estão confirmados dois mortos, operários da empresa que explora a pedreira.
As autoridades procuram ainda um número indeterminado de vítimas, cujas viaturas em que seguiam terão sido arrastadas para o interior da pedreira.
As autoridades de socorro destacaram a "complexidade" das operações em curso, sublinhando que vão ser "morosas e difíceis".
O Ministério Público instaurou, entretanto, "um inquérito para apurar as circunstâncias que rodearam a ocorrência", referiu a Procuradoria-geral da República, em resposta enviada à agência Lusa.