Governo dos Açores valoriza agricultura, PSD lamenta atrasos estruturais
O executivo açoriano disse hoje ter a agricultura como "prioridade" no Plano e Orçamento para 2019, mas o maior partido da oposição (PSD) advoga que ser agricultor nos Açores "é um ato de coragem" face aos "atrasos estruturais" existentes.
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Política Plano
"O Plano para 2019, com uma dotação de 62 milhões de euros, confirma que a agricultura é uma prioridade para o Governo dos Açores. É um bom Plano, com mais investimento público, útil ao setor agrícola e reforçará a confiança dos agricultores", sustentou o secretário regional com a tutela da Agricultura, João Ponte, durante o debate orçamental no parlamento dos Açores.
O governante advoga que o setor está atualmente "mais robusto", gerando "mais rendimentos", e valorizou aumentos nos últimos dois anos da produção de leite, da produtividade média das explorações, do preço médio pago ao produtor e da receita direta da produção de leite.
"Aprofundado o desafio da qualidade, temos de concentrar as nossas energias nos mercados. Estar atentos às tendências de consumo, apostar na inovação, potenciar e transformar em oportunidades a sustentabilidade ambiental, lançando produtos diferenciados com mais valor acrescentado. Estes são objetivos permanentes, em que todos nos devemos empenhar para alcançar", vincou ainda.
Pelo PSD, o deputado António Almeida sustentou haver em alguns casos perdas de rendimento dos agricultores "face aos atrasos estruturais que ainda se vivem, após tantos milhões de fundos da União Europeia para apoiar o salto qualitativo e a autonomia das empresas agrícolas e da economia rural".
E prosseguiu: "Metade das verbas deste Plano são para apoiar o rendimento e não para modernizar a agricultura. Estão a perder-se centenas explorações leiteiras. Em 2014, o preço médio do leite era de 34 cêntimos e agora é de 29. O preço médio do leite na União Europeia, no mês de setembro, foi de 35 cêntimos".
Para o social-democrata, o Plano do executivo para 2019 não diz qual a estratégia, por exemplo, "para as infraestruturas essenciais às explorações agrícolas, quando mais de metade nem sequer tem água canalizada", ou para os "setores do leite e da carne em cada ilha açoriana no âmbito da produção, da transformação e dos mercados, identificando com rigor o que caberá ao governo e aos privados".
A secretaria da Agricultura, diz deputado do PSD, vai custar 32 milhões de euros em 2019 e "tem quadros técnicos de grande qualidade, mas não tem liderança".
"Com este plano e com este secretário continuaremos sem saber o que o Governo quer fazer com a agricultura dos Açores, apenas mais milhões, que serão promessa, mas voltarão a não ser executados", declarou também António Almeida.
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