A campanha, que arrancou com um encontro informal com jovens que trabalham em Bruxelas, num dos bares mais conhecidos da também ela 'jovem' Place Luxembourg, será dividida em duas partes: uma 'listening tour' de dois, três meses de duração, na qual o candidato da maior família política europeia auscultará a opinião das pessoas, a que se seguirá uma apresentação das propostas concretas resultantes daquelas consultas.

"Vou iniciar a minha ronda de audições na Europa para perceber quais são as preocupações e ideias para o futuro do continente diretamente das pessoas. Procuro essas ideias porque o futuro da Europa começa com as preocupações e as questões dos cidadãos, não com os burocratas, nem com as elites de Bruxelas", esclarece num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual convida os europeus a juntarem-se à sua campanha, quer presencialmente, quer através da internet.

Manfred Weber quer capitalizar o expressivo apoio político recebido no Congresso de Helsínquia há dois meses e transportá-lo para o contacto direto com os cidadãos europeus.

O político alemão prometeu, durante a corrida para ser o candidato do PPE ao cargo de presidente da Comissão Europeia, reaproximar a Europa das pessoas, uma promessa que cumpre agora com a sua 'Volta à Europa'.

Pretende marcar presença em todos os Estados-membros, tendo visitas já agendadas a Chipre (quinta e sexta-feira), Espanha (18 de janeiro) e Lituânia (21 e 22 de janeiro).

O ainda líder do grupo do PPE no Parlamento Europeu lança assim uma campanha verdadeiramente à escala europeia, da qual não ficarão, todavia, excluídos os líderes dos partidos nacionais que pertencem àquela família política.

Em 08 de novembro, em Helsínquia, Manfred Weber tornou-se no 'spitzenkandidat' (termo alemão que se pode traduzir por "candidato principal") do PPE à sucessão de Jean-Claude Juncker.

No congresso daquela família política, que inclui PSD e CDS-PP, o alemão de 46 anos recolheu 492 votos dos delegados, contra 127 de Alexander Stubb, antigo primeiro-ministro finlandês.

O processo de designação do presidente do executivo comunitário entre os cabeças de lista indicados pelas famílias políticas europeias (os chamados "Spitzenkandidaten"), segundo os resultados eleitorais, foi inaugurado por ocasião das anteriores eleições europeias, em 2014.

Antes, o presidente da Comissão era escolhido pelo Conselho Europeu - chefes de Estado e de Governo da União Europeia -, e posteriormente ratificado pelo PE, tendo Durão Barroso sido o último presidente do executivo comunitário (2004-2014) a ser indicado sem recurso ao método do "Spitzenkandidaten".