Derrubar Rio agora "é contribuir para agravar o descrédito do PSD"
O ex-militante do PSD António Capucho acusa os que se têm oposto a Rui Rio, internamente, pela baixa intenção de voto que as sondagens mostram e pelo "descrédito do partido".
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Política António Capucho
António Capucho, ex-militante do PSD e apoiante de Rui Rio nas últimas diretas do partido, considera um erro derrubar o líder laranja a tão pouco tempo de atos eleitorais e lamenta que Luís Montenegro - “e os seus seguidores” - não tenham avançado antes para a disputa da liderança do partido, “optando então por cerrar fileiras atrás de Santana Lopes”.
“Pretender agora, a curta distância de eleições gerais e regionais, disputar a liderança interrompendo o mandato de Rui Rio, é contribuir para agravar o descrédito do PSD”, considera Capucho, atirando a responsabilidade pela baixa intenção de voto aos que “contribuem ativamente para o descrédito do partido".
“Pela forma como se têm oposto a Rui Rio e não pela alegada baixa capacidade de liderança do Presidente do PSD”, prossegue.
Apesar de não ser militante desde 2013, António Capucho não deixa de transmitir a sua opinião sobre a situação do partido, defendendo ser preferível ao PSD “privilegiar a coerência ideológica e o seu capital histórico, enquanto defensor da social-democracia, do que deixar-se resvalar para a direita e o neo-liberalismo, visando alargar nestas áreas o seu eleitorado”.
No entender de Capucho, o eleitorado que o PSD deve procurar “seduzir” situa-se no centro e no centro-esquerda, “com especial preocupação com a enorme faixa de abstencionistas”.
Esta postura, ressalva, “não prejudica a associação a partidos da direita democrática, nomeadamente ao CDS, como sucedeu com Sá Carneiro e outros líderes do PSD, enquanto solução instrumental para alcançar a maioria absoluta em eleições e assim disputar o poder às forças de esquerda”.
Terminando o seu comentário, António Capucho compara a situação que o PSD agora vive, com Luís Montenegro a preparar-se para desafiar a liderança de Rio, com o que se passou no PS com Costa e Seguro, uma operação “bem sucedida” e que, no entender do ex-militante, não deverá repetir-se no universo laranja.
Luís Montenegro, ex-líder parlamentar, tem sido apontando como um candidato à liderança do PSD, mas optou por não avançar nas últimas diretas que colocaram frente-a-frente Rui Rio e Santana Lopes.
Agora, um ano depois de Rio ter conquistado a liderança do partido, e vivendo o PSD um turbilhão de críticas ao próprio líder, Montenegro decidiu partir para a ação, tendo marcado para esta sexta-feira, no CCB, uma declaração aos militantes e aos portugueses, que passará pelo anúncio de que se candidata à liderança do partido.
Uma fonte próxima do antigo deputado garante, em declarações à agência Lusa, que Montenegro está disponível para disputar a presidência do PSD e quer "eleições já"
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