CGD: "Quem bloqueou" descoberta da verdade "que ponha mão na consciência"
Assunção Cristas acusa PS, BE e PCP de terem impedido que se descobrisse a verdade sobre a Caixa Geral de Depósitos - nomeadamente a lista dos grandes devedores - ao “fecharem” a comissão de inquérito ao banco público.
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Política CDS
A líder do CDS arrancou o discurso de encerramento das jornadas parlamentares do CDS, em Braga, com uma pergunta: “O que vamos fazer nos seis meses de Parlamento que nos restam?”, notando que, com eleições pelo meio, esse tempo será ainda mais reduzido.
“Trabalho não nos falta. Temos muito trabalho diário de escrutínio do Governo e continuaremos a estar na linha da frente do escrutínio da ação do Governo”, garantiu.
E começou por se debruçar sobre o assunto que tem dado ‘pano para magas’: A Caixa Geral de Depósitos, tema que tem causado ao CDS “perplexidade”.
“Porque há dois anos, precisamente há dois anos, estava o PS, o BE e o PCP a fechar a Comissão de Inquérito à CGD, a bloquear que os deputados tivessem acesso à lista dos grandes devedores da Caixa”, justificou, sublinhando que “os nomes que agora aparecem nas listas da famosa auditoria - que não conhecemos oficialmente - o Parlamento podia conhecê-los”.
“Podia já ter tido conhecimento há dois anos. E há dois anos podia ter feito ação significativa e oportuna”, reforçou, asseverando que o CDS está sempre do “mesmo lado”. “Do lado de quem quer saber tudo, de quem quer descobrir toda a verdade, de quem quer garantir que aquilo que se passou não voltará a passar, e de quem não tem medo das consequências doa a quem doer”, acrescentou.
Prosseguindo no discurso, Cristas lamentou que tenha sido assim “há dois anos” e que aquela comissão parlamentar à CGD tenha acabado. “E será assim sempre?, perguntar-me-ão”, atirou, lembrando o curto período de tempo para o fim da sessão legislativa. “Ainda é tempo?, questionou, respondendo: “Não sei se ainda é tempo, sei é que será sempre tempo para descobrir a verdade e nós estaremos sempre na linha da frente dessa descoberta”, advogou.
A presidente do CDS disse esperar que a auditoria chegue ao Parlamento e que esta seja enviada “por quem de direito”. “Lá estaremos para a verificar, escrutinar e fazer todas as perguntas”, prometeu, insistindo que, pelo CDS, “já tinha sido há dois anos”.
“E quem obstaculizou, quem bloqueou há dois anos pois que ponha a mão na consciência agora. Pelo CDS, toda a verdade, sempre e até às últimas consequências”, finalizou.
De sublinhar que, depois do CDS e PSD, também o PS está a ponderar nova comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos.
Uma versão da auditoria da EY à CGD relativa ao período 2000-2015, com data de dezembro de 2017, refere que os administradores do banco público receberam "remuneração variável" e "voto de confiança", mesmo com resultados negativos.
A auditoria aponta "importantes insuficiências" organizacionais que poderão ter contribuído para decisões pouco fundamentadas na concessão de crédito e detetou sete operações de concessão de crédito com risco grave ou elevado e perdas, só nestas, de mais de 1.000 milhões de euros, entre as quais as operações de financiamento da fábrica da La Seda de Barcelona, em Sines
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