PCP considera "desnecessária" nova comissão de inquérito à CGD
O PCP considerou hoje que uma nova comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos é desnecessária, mas garantiu que não vai criar "qualquer obstáculo" à sua constituição e vai abster-se, sem apresentar propostas de alteração ao objeto.
© Global Imagens
Política Duarte Alves
CDS-PP, PSD, PS e BE chegaram a acordo para um texto comum sobre o objeto da futura comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), partindo de uma proposta inicial dos democratas-cristãos.
"Tal como anteriormente, nós não iremos criar qualquer obstáculo à constituição de uma nova comissão parlamentar de inquérito, apesar de a considerarmos desnecessária, e trabalharemos nessa comissão para que sejam apuradas todas as responsabilidades seja dos conselhos de administração seja dos governos de PS, PSD e CDS que as nomearam", disse aos jornalistas o deputado do PCP, Duarte Alves, no parlamento.
Questionado sobre o sentido de voto do PCP sobre a constituição da comissão de inquérito, o deputado adiantou que os comunistas se vão abster.
"Nós, em relação ao projeto do CDS para constituição da comissão de inquérito, não acompanhamos os considerandos desse projeto, no entanto em relação ao objeto que é proposto para a comissão, não temos qualquer proposta de alteração", acrescentou.
Tal como no passado, o PCP, continuou Duarte Alves, vai "recusar todas as iniciativas da parte de PSD e CDS que visem simplesmente atacar o banco público, favorecendo assim a banca privada e até mesmo pondo em causa o processo de recapitalização que ainda não está concluído".
"Nós consideramos que as responsabilidades criminais e judiciais devem ser feitas pelas instâncias judiciais. As responsabilidades políticas já estão claras destas duas últimas comissões de inquérito", sintetizou.
No entanto, no curso da nova comissão de inquérito, o PCP garantiu que vai "trabalhar para que sejam apuradas as responsabilidades", o que "de alguma forma já foi feito nas anteriores comissões de inquérito".
"Nós ainda não conhecemos a versão final do relatório da auditoria à Caixa, no entanto sabemos já que houve perdas avultadas para a CGD em resultado das opções de sucessivas administrações que alinharam as práticas da Caixa com as práticas de gestão de um banco privado, levando a essas perdas avultadas devido ao favorecimento de grandes grupos económicos", observou.
Neste momento, explicou o deputado comunista, "está a haver uma investigação judicial que vai apurar as responsabilidades criminais" e isso, para o PCP, "deve ser respeitado".
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