"Quando outros protestarem, também terão críticas esmagadoras?"
O deputado do PSD Carlos Abreu Amorim promete ficar “muito atento aos futuros protestos sindicais de todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde”.
© Global Imagens
Política Carlos Abreu Amorim
As temperaturas prometem subir um pouco nos próximos dias, mas a relação entre o Governo e os enfermeiros não podia estar mais gelada. Depois de ter dito que a greve dos enfermeiros, que está a decorrer até ao final de fevereiro em vários blocos operatórios de sete hospitais públicos, era “selvagem” e “ilegal”, António Costa anunciou, na noite desta terça-feira, em entrevista à SIC, que o Governo apresentará queixa à justiça contra a Ordem destes profissionais de saúde por violação da lei que proíbe a participação desta em atividades sindicais.
Perante tais palavras, foram várias as vozes que se insurgiram contra as declarações do primeiro-ministro, mas também as que vieram apoiá-lo. O deputado do PSD Carlos Abreu Amorim é um dos críticos de António Costa.
O parlamentar promete, numa publicação feita na sua conta de Facebook, ficar “muito atento aos futuros protestos sindicais de todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, porque, diz ele, quer comprovar se são apenas as greves dos enfermeiros que prejudicam o SNS, ou se, quando outros profissionais de saúde decidirem protestar, também vão ser confrontados com “críticas esmagadoras” pela parte do Governo.
“Consigo entender o desconforto político e a ‘fuga prá frente’ do Governo com a greve dos enfermeiros. Contudo, é difícil perceber o alargamento solidário dessa exasperação. Por mim, gostaria de comprovar se, afinal, são só as greves dos enfermeiros que prejudicam o SNS ou se, por sua vez, quando outros profissionais vierem a protestar terão também lugar as críticas esmagadoras que agora se ouvem com tanta profusão”, questiona o parlamentar social-democrata.
Já o deputado socialista Filipe Neto Brandão partilhou, nas redes sociais, o excerto da entrevista em que Costa admite que o Governo vai acionar judicialmente a Ordem dos Enfermeiros. Na legenda do vídeo, o parlamentar do PS apenas colocou o artigo 3, nº 5 da Ordem dos Enfermeiros, demonstrando assim o seu claro apoio às palavras do Chefe do Governo.
“A Ordem está impedida de exercer ou de participar em atividades de natureza sindical ou que se relacionem com a regulação das relações económicas ou profissionais dos seus membros”, lê-se na publicação partilhada na sua conta de Facebook.
Recorde-se que a greve dos enfermeiros decorre desde o dia 31 de janeiro e estende-se até fim de fevereiro em blocos operatórios de sete hospitais públicos, sendo que a partir de sexta-feira passa a abranger mais três hospitais num total de dez.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a greve levou a adiar, apenas nos primeiros dois dias, 645 cirurgias.
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